Aumento de queixas no setor privado “é motivo de preocupação” 419

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, considerou esta segunda-feira (10) que o aumento do número de queixas dos utentes, sobretudo no setor privado, é motivo de preocupação, pois ele não tutela apenas o serviço público de saúde.

“Limito-me a constatar que as queixas, como disse, aumentaram, sobretudo, no setor privado. Mas isso, para mim, não é um motivo de satisfação, é um motivo de preocupação: sou ministro da Saúde, não sou apenas ministro do serviço público de saúde”, alegou.

No final de uma reunião com a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), que decorreu esta tarde em Coimbra, Manuel Pizarro foi questionado pelos jornalistas sobre o aumento das queixas dos utentes, noticiado na segunda-feira pela comunicação social, tendo por base dados do Portal da Queixa.

“As pessoas são mais exigentes e acho que uma grande parte disto resulta das dificuldades dos anos da pandemia. Foram anos em que o sistema de saúde, o público e o privado foram submetidos a um grande stress e precisamos agora, deste ano de 2023, para ver se conseguimos reequilibrar a nossa capacidade de resposta às pessoas”, alegou, citado pela Lusa.

Um estudo divulgado na semana passada indicou que, no primeiro trimestre de 2023, foram registadas no Portal da Queixa “1.298 reclamações relacionadas com a área da Saúde, um crescimento na ordem dos 62% em comparação com o mesmo período de 2019, ano de pré-pandemia, onde se registaram 806 queixas contra o setor da saúde”.

“Os dados analisados aos serviços prestados por hospitais públicos e privados, centros de saúde e clínicas médicas revelam que o sistema privado é o mais visado, ao ser alvo de 480 reclamações durante o primeiro trimestre, registando uma variação de crescimento de 220%, em relação ao mesmo período de 2019, onde registou apenas 150 queixas”, referiu.

Segundo aquela plataforma dirigida aos consumidores, no sistema público, “observa-se a mesma tendência”, com uma subida “na ordem dos 28,41%, com 352 reclamações em 2019 e, este ano, a recolher 452 queixas”.