Os presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra congratularam-se pela disponibilidade demonstrada pela ministra da Saúde para dar resposta aos problemas do setor nos três municípios, apesar de não terem garantias de solução dos problemas.
“De concreto, não [nos foram dadas nenhumas garantias], há medidas [previstas], há conhecimento de situações que são preocupantes e que são reconhecidas. Isso é bom e considero que o facto de termos governantes que reconhecem as dificuldades e que estão à procura de encontrar soluções já é positivo. Não resolve nada, mas isso já é positivo”, disse o presidente da Câmara de Setúbal, André Martins (CDU).
O autarca falava, ontem (dia 18) à agência Lusa pouco depois de a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, ter recebido os representantes dos municípios de Setúbal, Palmela e Sesimbra.
A reunião aconteceu na sequência de um pedido do Fórum Intermunicipal da Saúde, que reúne as três autarquias da zona da Arrábida, comissões de utentes e outras entidades.
No encontro, os três autarcas manifestaram preocupação com a deficiente capacidade de resposta do Hospital de São Bernardo e de várias unidades de cuidados de saúde primários nos territórios da Arrábida, em particular no que respeita à falta de profissionais de saúde.
Uma das preocupações dos autarcas e da população é o encerramento frequente das urgências de pediatria e obstetrícia do Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do Centro Hospitalar de Setúbal, hospital de referência para cerca de 250 mil habitantes dos três municípios da Arrábida, mas também para cerca de 100 mil utentes do litoral alentejano, no distrito de Setúbal.
Segundo André Martins, a ministra garantiu que “continua a desenvolver esforços, no sentido de fazer o melhor possível para garantir alguns serviços, tanto no centro hospitalar, como relativamente aos médicos de família e aos serviços de cuidados de saúde primários”.
“Há um conjunto de medidas que estão a ser tomadas, incluindo a contratação de novos médicos – eventualmente poderá haver uma possibilidade de negociação com os médicos até ao final do ano -, para resolver o problema das horas extraordinárias, que é um problema também nos serviços do Instituto Nacional de Emergência Médica”, disse.
André Martins salientou ainda que a ministra da Saúde confirmou que o “diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde vai apresentar um conjunto de medidas para os municípios da Área Metropolitana de Lisboa, na reunião da próxima quinta-feira do Conselho Metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa”.
“Por outro lado, a senhora ministra manifestou a disponibilidade de, no final de janeiro ou princípio de fevereiro, se deslocar à área da Unidade Local de Saúde da Arrábida, no sentido de fazermos um ponto de situação destas medidas que estão a ser anunciadas e que vão ser tomadas”, acrescentou, referindo estar convicto de que as medidas poderão ser implementadas até ao final deste ano.
Ainda segundo André Martins, o objetivo da visita da ministra à região é avaliar o impacto das medidas adotadas para a melhoria da prestação de cuidados de saúde à população dos três municípios e da Península de Setúbal.
Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Saúde escusou-se a prestar qualquer esclarecimento sobre a reunião de Ana Paula Martins com os três autarcas, alegando que se tratou de uma reunião de trabalho.