Autoridades indonésias revogam licenças de duas farmacêuticas após morte de crianças 565

As autoridades indonésias revogaram as licenças de duas empresas farmacêuticas para produzir medicamentos do tipo xarope, na sequência da morte de 159 crianças devido a lesões renais agudas, anunciaram esta terça-feira (01) as autoridades.

Penny Lukito, chefe da Food and Drug Monitoring Agency, conhecida como BPOM, disse ter descoberto que a PT Yarindo Farmatama e a PT Universal Pharmaceutical Industries tinham mudado de fornecedor de propilenoglicol, um componente dos xaropes, e que o tipo que estavam a utilizar estava contaminado com outros químicos.

“Se houver uma mudança, esta deve ser comunicada à BPOM”, disse Lukito. Em casos de incumprimento, as empresas farmacêuticas estão “sujeitas a sanções administrativas sob a forma de cessação da produção, distribuição, recolha e destruição”, disse Lukito, citada pela Lusa.

A agência e a Polícia Nacional descobriram que as duas empresas utilizaram propilenoglicol como matéria-prima na produção de xaropes medicinais.

Os xaropes, frequentemente utilizados por crianças, continham quantidades excessivas de etilenoglicol e dietilenoglicol. Os resultados foram baseados em entrevistas com funcionários e num exame de documentos, instalações e produtos das empresas. Os dois produtos químicos são frequentemente utilizados em aplicações industriais e em fluidos anticongelantes e de travões.

Lukito disse que a BPOM está a perseguir acusações criminais contra as empresas. “Os perpetradores enfrentam uma pena de prisão máxima de 10 anos e uma multa máxima de 1 bilião de rupias (64.000 dólares)”, disse Lukito. A contaminação é suspeita de ser a causa de um pico em casos de doenças renais agudas em crianças desde o final de agosto.

O Ministério da Saúde informou que houve 304 casos de lesão renal aguda em 27 províncias. A maioria dos doentes tinha menos de cinco anos de idade. O ministério informou ter distribuído 146 frascos de antídotos a 17 hospitais em todo o país.

O porta-voz do ministério, Mohammad Syahril, disse que o número de novos casos e mortes diminuiu desde que o governo anunciou uma proibição temporária do uso de medicamentos em xarope até à conclusão da sua investigação.