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Autoridades moçambicanas detetam 90 tipos de medicamentos falsos

18 de Dezembro de 2015

As autoridades moçambicanas detetaram este ano 90 tipos de medicamentos falsos ou fora de prazo quer nos mercados formais quer informais, informou o Ministério da Saúde.

«Nem todos os medicamentos que encontramos no mercado formal e informal de forma ilegal foram comprados pelo Ministério da Saúde», alertou a chefe do Departamento Farmacêutico, citada hoje pelo “Jornal Notícias”.

Segundo Tânia Sitoe, Moçambique enfrenta, como outros países, a entrada de medicamentos falsos ou fora de prazo, através de agentes privados, apelando à população para não comprar fármacos em barracas ou mercados informais.

A responsável do Ministério da Saúde disse que está prevista a instalação de centros farmacêuticos em todas as capitais provinciais para registo e inspeção dos medicamentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

No início do próximo ano, avançou, será também apetrechado um laboratório em Maputo, igualmente com a finalidade de controlo de qualidade dos fármacos.

Uma auditoria do Ministério da Saúde de Moçambique detetou indícios de desvio de cerca de 10% de medicamentos do SNS, disse em novembro o vice-ministro da Saúde.

O nível de roubo de fármacos reduziu nos últimos tempos, assinalou Mouzinho Saíde, mas continuavam a ocorrer sérias irregularidades na gestão dos medicamentos do SNS.

Segundo o vice-ministro, a auditoria analisou amostras de medicamentos avaliadas em cerca de 26 milhões de dólares (24,2 milhões de euros), mas detetou que havia indícios de desvios de cerca de 10% dessa quantidade.

Em associação com a onda de roubos de medicamentos do SNS, as autoridades determinaram o encerramento de duas farmácias e a aplicação de multas a 24, acrescentou.

De acordo com o vice-ministro, as atividades inspetivas detetaram situações de não envio de medicamentos para as províncias e a descoberta nas farmácias privadas de medicamentos de uso exclusivo no SNS.

Na mesma altura, a polícia moçambicana declarou guerra à venda de remédios nos mercados informais, tendo lançado em Chimoio, província de Manica, centro de Moçambique, uma operação relâmpago para desativar redes de vendedores e atendimentos clínicos ilegais.

«A operação pretende travar a proliferação de medicamentos nos mercados informais e cortar a logística que incentiva o roubo de fármacos nos depósitos e hospitais públicos», disse na altura à “Lusa” Vasco Matusse, porta-voz do comando da Polícia de Manica.

Milhares de moradores da província de Manica compram medicamentos nos mercados informais, alimentando um negócio geralmente assegurado por jovens sem qualificações farmacêuticas e que garantem também o atendimento clínico.