Autoridades portuguesas recomendam população a não viajar para países com ébola
21 de Agosto de 2014
As autoridades portuguesas recomendam aos cidadãos portugueses que evitem viajar para os países afetados pelo Ébola, a menos que o façam por «absoluta necessidade», segundo numa nota publicada ontem na página da Direção Geral da Saúde (DGS).
A DGS sublinha que a situação na Costa Ocidental de África «impõe ações de prevenção e controlo» tanto na fonte (epicentro da epidemia), como nas medidas que visam impedir a exportação de casos de doença para outros países.
Segundo a nota, é necessário distinguir entre o problema que surgiu inicialmente na Guiné-Conacri e que se propagou aos países africanos vizinhos (Serra Leoa e Libéria), devido à quase inexistência de fronteiras, e a eventual importação de casos em Estados de outros Continentes, apontou a “Lusa”.
«Na Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria a propagação da epidemia de Ébola deve-se, sobretudo, ao facto de serem países contíguos, com delimitação porosa de fronteiras, isto é, permeáveis e como tal atravessadas por populações rurais, onde os respetivos sistemas de saúde são muito frágeis e as condições socioeconómicas são, igualmente, débeis», explica a DGS.
Já na Nigéria, a atividade epidémica é explicada a partir da importação de um caso, que viajou de avião, «dando origem a cadeias de transmissão, que tudo indica estarão controladas até ao momento».
Por isso, as autoridades portuguesas, incluindo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, aconselham «os cidadãos a viajar para aqueles três países apenas em caso de absoluta necessidade», como princípio de precaução, sublinhando contudo que os recursos existentes em Portugal «permitem evitar ou reduzir o risco de transmissão de casos de infeção».
A DGS sublinha que tanto na sua página (www.dgs.pt) como na da Direção-Geral dos Assuntos Consulares e Comunidades Portuguesas (www.secomunidades.pt) estão disponíveis informações permanentemente atualizadas, incluindo conselhos a viajantes.
Também a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) presta esclarecimentos complementares, bem como a linha telefónica do Gabinete de Emergência Consular (961706472 ou 217929714), que funciona em permanência para situações de urgência ocorridas no estrangeiro.
DGS vai promover sessões de esclarecimento para elementos do SEF
A Direção Geral da Saúde (DGS) vai promover sessões de esclarecimento aos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sobre o vírus do Ébola, para «habilitá-los a discutir e aconselhar» os viajantes sobre a matéria.
Em declarações à “Lusa”, o diretor–geral da Saúde disse que estas sessões terão início na sexta-feira, dia 22, à tarde, no aeroporto do Faro. Posteriormente, serão estendidas aos aeroportos de Lisboa e do Porto.
Para já, apenas o pessoal do SEF será abrangido por esta iniciativa, de forma a estar habilitado a discutir todos os assuntos relacionado com a infeção, com as viagens e a aconselhar os cidadãos.
Com estas sessões, pretende-se «afinar todos os procedimentos, que depois serão debatidos em sessões de perguntas e respostas», adiantou Francisco George.
Na sexta-feira passada, os trabalhadores dos aeroportos portugueses denunciaram falta de informação e formação sobre o Ébola, dando sinais de alarmismo e preocupação face à possibilidade de serem confrontados com um passageiro infetado e não saberem como agir nem como se precaver.
O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação (SITAVA) deu conta desta preocupação, extensível à generalidade dos milhares de trabalhadores que exercem funções nos aeroportos, em especial nos que acolhem voos e passageiros provenientes de países de maior risco no que respeita ao vírus Ébola.