Balanço 2024 / Perspetivas 2025: Bruno de Campos Guerreiro, presidente da APFPC 159

Bruno de Campos Guerreiro, presidente da Associação Portuguesa de Farmacêuticos para a Comunidade (APFPC), faz, ao NETFARMA, um balanço do ano que está a terminar e revela as suas perspetivas para 2025.

 

2024

O ano de 2024 foi para a APFPC um ano de “consolidação e de continuidade dos nossos propósitos como Associação, com destaque para as nossas reuniões e sessões com diferentes associações de doentes, no projeto O Farmacêutico e o Doente, a fim de conhecermos o seu trabalho, os seus objetivos e de que forma o Farmacêutico pode contribuir para uma melhor qualidade de vida da pessoa que vive com doença e dos seus cuidadores”, especifica Bruno de Campos Guerreiro.

Além disso, neste ano que está agora a terminar, a formação “que oferecemos superou as nossas expectativas, com uma elevada adesão e participação nas diferentes formações disponibilizadas para farmacêuticos”.

Neste sentido, o farmacêutico explica que “demos início a encontros presenciais com os nossos associados, e outros interessados, para melhor perceber as necessidades reais dos colegas de modo a termos uma associação que, por um lado, una mais os farmacêuticos a exercer na comunidade e, por outro lado, torne possíveis ações mais incisivas nas temáticas que constituem os maiores desafios para todos os colegas. Iniciativas estas que continuaremos a promover em 2025”.

O fortalecimento da relação institucional com as diferentes entidades do setor e da profissão farmacêutica teve também “muita importância, e que no ano de 2025 pretendemos que continue a criar sinergias e trabalho conjunto em prol da profissão”.

O dirigente da APFPC destaca ainda que no sector vimos “novas iniciativas e serviços prestados por farmacêuticos nas farmácias comunitárias, que vão no sentido de um exercício mais clínico da profissão, com uma abertura à disponibilização de dados em saúde dos utentes para consulta pelos farmacêuticos comunitários que já reclamávamos há muito tempo e que entendemos ser fundamental, juntamente com canais de comunicação efetivos com outros níveis de cuidados de saúde, para um correto e seguro exercício da profissão farmacêutica”.

 

2025

“Temos a expectativa de que o trabalho do Farmacêutico seja mais valorizado e para tal acreditamos que a dispensa em proximidade de medicamentos hospitalares terá impacto positivo”, revela Bruno de Campos Guerreiro, acrescentando que, “sendo agora alargada a todo o território nacional, contribuirá para um acesso mais rápido, fácil e comodo do doente à sua medicação, com suporte e acompanhamento pelo farmacêutico comunitário integrado assim na equipa de saúde de cuidados hospitalares”.

Por outro lado, “temos manifestado a nossa desilusão com a ‘renovação da terapêutica crónica’, pois na prática fica aquém daquilo que entendemos que o farmacêutico pode e deve fazer. Mas continuaremos a discutir e a transmitir as nossas ideias junto das entidades responsáveis, para que este modelo seja melhorado e que efetivamente evolua para uma renovação autónoma, por parte do farmacêutico, da medicação crónica”.

A APFPC desde sempre tem defendido que a implementação da intervenção farmacêutica em situações clínicas ligeiras (SCL) “é fundamental para um sistema de saúde mais eficiente e menos sobrecarregado, para que a procura dos serviços do SNS em casos de patologias leves e autolimitadas se reduza, e assim se otimize a utilização de recursos técnicos, materiais e humanos do SNS”. Por isso, “esperamos que em breve haja avanços na criação de protocolos de atuação nas SCL, entre Ordem dos Farmacêuticos e Ordem dos Médicos, para que o doente possa encontrar uma forma efetiva, comoda e segura, e que vai de encontro às suas expectativas, de resolver a sua doença ligeira junto de quem tem capacidade técnico-científica para tal: o farmacêutico”.

Neste novo ano, ainda de acordo com Bruno de Campos Guerreiro, “esperamos que o que de bom que se conseguiu até agora no sector se mantenha e seja aprimorado, como a vacinação sazonal contra a gripe e COVID, e que o que funcionou menos bem possa ser melhorado e otimizado”.

Daí que “continuaremos a aceitar os desafios que nos colocam à prova e que ao longo da história os farmacêuticos têm demonstrado a sua capacidade de superação e de compromisso com os seus deveres”.