Balanço 2024 / Perspetivas 2025: Isabel Cortez, presidente da AFP 141

Isabel Cortez, presidente da Associação de Farmácias de Portugal (AFP), faz, ao NETFARMA, um balanço do ano que está a terminar e revela as suas perspetivas para 2025.

 

2024

“Este foi um ano de desafios e de concretizações”, declara Isabel Cortez, justificando que, “em primeiro lugar, o sucesso da edição passada do Programa Nacional de Vacinação (PNV) contra a gripe e a COVID-19 permitiu-nos caminhar com segurança para outras realizações, nomeadamente para a dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade que passa a ser uma realidade no início de 2025. E também para outras possíveis parcerias com o Ministério da Saúde como, por exemplo, a promoção, divulgação e valorização da Linha SNS 24, uma ferramenta de comunicação, triagem e acompanhamento de pessoas doentes, essencial à eficácia e organização do SNS”.

 

2025

No próximo ano, “gostaríamos que todos os cidadãos com mais de 65 anos pudessem escolher livremente o seu local de vacinação, independentemente da sua faixa etária e da vacina a ser administrada”, declara a presidente da AFP.

Por outro lado, a exemplo do que tem vindo a acontecer na Europa, “nomeadamente em França e no Reino Unido, em 2025, queremos elevar o nosso potencial, afirmando a farmácia como o primeiro recurso de saúde dos utentes, o elo mais próximo e de confiança das comunidades, integrando formalmente a rede de proximidade do Serviço Nacional de Saúde”.

Neste sentido, Isabel Cortez defende que “o reconhecimento dos resultados dos Testes Rápidos de Orientação de Diagnóstico (TROD) como parte integrante da triagem do Serviço Nacional de Saúde, o rastreio do cancro colorretal que mata mais de 4.000 pessoas por ano em Portugal ou o teste para a deteção de Helicobacter pylori são algumas das medidas, cuja implementação esperamos que seja breve”.

Já numa perspetiva de responsabilidade ambiental, gostaríamos ainda que, em 2025, “todas as 3.000 farmácias do país pudessem finalmente dispor de um Agulhão, disponibilizando gratuitamente a sua utilização a todos os cidadãos, independentemente da localização geográfica em que se encontrem”. A presidente da AFP explica que, “anualmente, são utilizados pelos doentes em ambulatório mais de 250 milhões de corto-perfurantes que, na maioria das vezes, por ignorância ou por ausência de alternativas, são depositados no lixo doméstico, com consequências humanas e ambientais desastrosas”.

O projeto-piloto ‘Seringas Só no Agulhão’ começou, em 2019, “com uma cobertura de dez farmácias comunitárias, nas quais foi instalado um contentor – o Agulhão – onde os utentes passaram a poder colocar as suas seringas e agulhas usadas, sem qualquer custo. Este projeto foi, entretanto, ganhando escala e obtendo cada vez mais adesão”.

A AFP tem vindo, segundo a sua presidente, “a desenvolver esforços com vista à sua disseminação nacional em prol do ambiente, concedendo a qualquer farmácia a adesão a esta rede, desde que manifeste essa vontade junto da associação”.