Banco de Medicamentos evitou fecho de algumas instituições 08 de Novembro de 2016 O Banco de Medicamentos, que já doou mais de 265.000 embalagens de fármacos, ajudou à sustentabilidade de muitas instituições e unidades de cuidados continuados, evitando mesmo que algumas encerrassem, disse hoje o presidente da União das Misericórdias Portuguesas. Manuel Lemos falava à agência “Lusa” a propósito dos quatro anos da criação do banco, que permite a distribuição gratuita de medicamentos aos idosos carenciados, através de doações feitas pelas empresas farmacêuticas às instituições sociais que tenham serviços médicos e farmacêuticos ou regime de internamento. Segundo dados da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), já aderiram à plataforma 44 empresas da indústria farmacêutica e 94 Instituições Particulares de Solidariedade Social, 19 das quais são unidades de cuidados continuados. Já foram doadas pela indústria farmacêutica 265.705 embalagens de medicamentos e produtos cosméticos, com um valor estimado de 2,3 milhões de euros. Deste universo de ofertas disponibilizadas, as instituições encomendaram 116.445 embalagens, das quais já foram entregues 87.564, num valor estimado de 576.064 euros. Para Manuel Lemos, o balanço desta iniciativa é «muitíssimo positivo», porque permitiu às instituições de solidariedade apoiar muitos utentes carenciados. «Pela via do banco as instituições têm podido ajudar muitas pessoas, uma vez que recorrem ao banco para aplicar medicamentos na rede de cuidados continuados e isso ajuda à sustentabilidade das instituições e ajuda os cidadãos, que são tratados a tempo e horas e com muita qualidade», sublinhou. Manuel Lemos está convicto de que «se não fosse o banco, a situação de muitas instituições era bem pior e haveria menos idosos a ser tratados, porque algumas inclusivamente já teriam fechado as suas portas». «É preciso ver que os preços da rede de cuidados continuados não são atualizados há seis anos e nessa altura já se dizia, por exemplo, que os valores pagos pelo Estado» pela longa duração não chegavam, salientou. Sobre como estas instituições têm conseguido sobreviver, Manuel Lemos disse que recorrem às suas reservas e contam com o apoio desta plataforma, resultante de uma «parceria virtuosa» entre a indústria farmacêutica, as instituições de solidariedade e o Estado, que «coordena e zela pela qualidade dos medicamentos». «Tem sido uma ajuda muitíssimo importante, porque protege-se o comércio e a atividade farmacêutica, evita-se o desperdício e socorre-se as pessoas, que é a razão de ser das Misericórdias e das outras instituições que a UMP acredita», sublinha Manuel Lemos. Em causa estão medicamentos com prazo de validade não inferior a seis meses, mas que estão em perfeitas condições de segurança e qualidade para serem utilizados. Os medicamentos mais doados (81.359) destinam-se ao tratamento de doenças do aparelho cardiovascular, seguindo-se os fármacos para doenças do aparelho locomotor (37.936), do sistema nervoso central (37.209), anti-infecciosos (27.066) e para o aparelho digestivo (20.896). A plataforma foi criada através de um protocolo assinado, a 09 de novembro de 2012, entre o Governo, o INFARMED, a APIFARMA e a UMP, no âmbito do Programa de Emergência Social. |