Banco de Medicamentos já distribuiu 261.065 embalagens avaliadas em cerca de 2,2 ME 686

Banco de Medicamentos já distribuiu 261.065 embalagens avaliadas em cerca de 2,2 ME

10 de Novembro de 2015

O Banco de Medicamentos já distribuiu 261.065 embalagens de fármacos e produtos de saúde a idosos carenciados, num valor estimado de 2.249.092 euros, segundo dados divulgados pela União das Misericórdias Portuguesas (UMP) à agência “Lusa”.

O funcionamento deste Banco de Medicamentos, criado há três anos, permite que idosos carenciados tenham acesso a medicamentos gratuitos, através de doações feitas diretamente pelas empresas farmacêuticas às instituições sociais que disponham de serviços médicos e farmacêuticos.

De acordo com os dados divulgados pela UMP, o portal Banco de Medicamentos, gerido pelo INFARMED, já conta com a adesão de 41 empresas da Indústria Farmacêutica e 93 Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Em declarações à “Lusa”, o presidente da UMP, Manuel Lemos, fez um balanço «extremamente positivo» da iniciativa, porque constitui, desde logo, «uma parceria virtuosa entre o Estado, o setor social e o setor privado».

Em três anos, já foram doadas pela Indústria Farmacêutica 261.065 embalagens de medicamentos e produtos de saúde a 93 instituições de solidariedade, que depois as distribuíram pelos seus utentes.

Em causa estão medicamentos com prazo de validade não inferior a seis meses, mas que estão em perfeitas condições de segurança e qualidade para serem utilizados pelos utentes mais necessitados das instituições.

Os medicamentos mais doados (79.406) destinam-se ao tratamento de doenças do aparelho cardiovascular, seguindo-se os fármacos para doenças do aparelho locomotor (37.936), do sistema nervoso central (36.709), medicamentos anti-infeciosos (26.566) e para o aparelho digestivo (20.896).

A plataforma onde são disponibilizados os medicamentos foi criada através de um protocolo assinado entre o Ministério da Solidariedade e Segurança Social, o INFARMED, a APIFARMA e a UMP, no âmbito do Programa de Emergência Social.

Manuel Lemos disse que, numa altura em que «se fala tanto na dicotomia setor público, setor privado vale a pena lembrar todos os dias que Portugal tem um setor social forte, que não é o setor privado nem é o setor público».

Por outro lado, apontou, «o número de medicamentos colocados à disposição das instituições para ajudar as pessoas é bastante significativo».

Este número tem vindo a aumentar, bem como a adesão dos laboratórios e das instituições de solidariedade, o que «significa que se está a tornar uma prática comum”, que “reverte sempre a favor das pessoas».

«É um bom exemplo do que pode ser a cooperação necessária na sociedade portuguesa entre o setor privado, o setor social e o setor público», disse o responsável.

O número de pessoas que pede às instituições apoio para medicamentos também tem aumentado, o que decorre do aumento dos doentes crónicos, «consequência inevitável» do aumento da esperança de vida, e da «grave crise» que se vive.

«A questão da toma dos medicamentos é necessária e as pessoas não têm recursos» e outras vezes têm dificuldade de acesso aos serviços, lamentou.

Como as instituições do setor social são «muito ágeis nessa matéria, conhecem as pessoas, sabem onde moram, do que precisam», a distribuição dos medicamentos pode fazer-se «com segurança e menos burocracia» como tem sido demonstrado.