Tanto a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos como a Federação Internacional Farmacêutica, apelam aos governos para incluir os farmacêuticos na cobertura vacinal.
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, destacou o papel destes profissionais para garantir uma cobertura vacinal adequada contra a gripe e apoiar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em “todas as linhas da frente”.
Em declarações dadas à agência Lusa, a bastonária acredita que a campanha de vacinação contra a gripe será alargada este ano à rede de farmácias, visto que no Plano de Saúde Outono-Inverno 2020/2021 já se referir à sua utilização “neste esforço coletivo de vacinação”.
Ana Paula Martins indicou que tem “a convicção” de concretizar “nos próximos dias uma relação entre o Serviço Nacional de Saúde e a rede de farmácias para a contribuição dos farmacêuticos neste esforço conjunto de vacinação”.
Para a bastonária, não se coloca em causa a importância dos farmacêuticos, visto serem “um recurso importante”, sobretudo devido à pandemia de covid-19, em que “a vacinação se torna ainda mais determinante” para proteger os portugueses, sobretudo os de maior risco.
Ana Paula Martins sublinhou ainda que existem muitos farmacêuticos com competências na área da vacinação e que têm “um papel que não é insignificante, pelo contrário”.
“Já nas últimas épocas vacinais contra a gripe, vacinámos uma parte importante da população”, sobretudo, “os mais doentes que muitas vezes têm dificuldades objetivas em conseguir deslocar-se aos centros de saúde”, afirmou a bastonária.
A bastonária indicou que é necessário colocar a profissão “ainda mais ao serviço do SNS nestes congestionamentos”, reservando para “os centros de saúde e para os hospitais aquilo que, efetivamente, não pode ser realizado na farmácia”.
Para além disso, a bastonária referiu que as farmácias têm “mais significado, importância, urgência e prioridade” devido à proximidade que têm com a população. “Esse é o nosso esforço”, declarou.
Lembrar que este ano as ordens dos farmacêuticos, dos médicos e dos enfermeiros estão juntas neste “esforço de vacinação, apoiando o Ministério da Saúde em todas as linhas da frente” e em todas as todas as suas necessidades, para “garantir uma cobertura vacinal que seja adequada e que, no fundo, faça uma coisa muito importante”: “pegar nas vacinas e poder administrá-las a quem mais precisa”.
FIP apela aos governos para expandir a cobertura de vacinação através das farmácias
A Federação Internacional Farmacêutica (FIP) também emitiu um comunicado sobre este assunto, onde apela a que os “governos e outras partes interessadas devem tomar medidas urgentes para garantir a equidade no acesso às medidas de prevenção de doenças, o que inclui um maior investimento em vacinas e serviços de vacinação por farmacêuticos comunitários”.
Nesse sentido, a FIP criou o Programa FIP Digital para transformar a vacinação global e regionalmente.
“Uma das principais alavancas para aumentar as taxas de vacinação ao longo da vida das pessoas é aumentar a conveniência de acesso e não é difícil ver o papel significativo que a farmácia pode desempenhar nisso”, defende a CEO do FIP, Dra. Catherine Duggan, na nota divulgada.
A CEO do FIP acrescentou ainda que “este apelo é particularmente urgente, pois as vacinas contra covid-19 entram em estágios avançados de pesquisa clínica e estratégias de imunização em massa serão necessárias para proteger os grupos populacionais mais vulneráveis. Aumentar a cobertura de vacinação é uma das maneiras mais eficazes de fazer isso”.