Na sequência da publicação do Despacho n.º 6971/2020, que cria um Grupo de Trabalho para a Dispensa de Proximidade de Medicamentos, Ana Paula Martins, Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos (OF), usou as redes sociais para mostrar o seu descontentamento.
“Há momentos em que uma classe profissional tem que se fazer respeitar”, começa por afirmar, sublinhando: “Para isso, não pode aceitar ser manifestamente ignorada em processos determinantes na área do seu exercício profissional.”
Na publicação realizada no Facebook, Ana Paula Martins afirma, ainda: “Fui eleita pelos farmacêuticos para fazer respeitar o Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos e defender os seus legítimos interesses. Que só podem ser coincidentes com os interesses dos portugueses, caso contrário, não são legítimos.”
Taxativa, a bastonária da OF frisa: “Jamais aceitarei que qualquer Ministério da Saúde publique um despacho a nomear um grupo de trabalho sobre a dispensa de medicamentos em proximidade sem ter representantes da Ordem dos Farmacêuticos. Mais, um despacho que não integra a audição obrigatória dos representantes dos doentes, porque deixa à consideração do GT a sua adição. Um despacho que tem uns hospitais… mas não tem outros… e que, por isso, não clarifica objetivamente critérios para tal nomeação. Um despacho que integra dois representantes da Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica e que nos perguntamos o porquê… e logo dois…”.
Depois de explicar que irá dirigir uma carta aos farmacêuticos, “nas próximas 24 horas”, apelando à união “para que a Ordem seja, efetivamente, respeitada”, Ana Paula Martins lamenta que os líderes não sejam “respeitados” e “ouvidos” pelo Ministério da Saúde, reiterando: “Não aceitarei esta situação”.
“Afinal, que heróis são estes de que tanto se falou durante a pandemia? Os nossos farmacêuticos hospitalares, comunitários, análises clínicas, indústria, academia, todos, sem exceção, merecem melhor”, considera a bastonária da OF, antes de apelar: “Lutemos, de forma correta e construtiva, pela transparência na governação.”