Bastonária fala em «milagre» no serviço farmacêutico do Hospital de Gaia 31 de Outubro de 2016 A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos ficou «perturbada» com a precariedade que se vive nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) e classificou de «milagre» o que os farmacêuticos ali conseguem fazer. «É um milagre (…). Qualquer pessoa que visite a farmácia hospitalar [do CHVNG/E] percebe. Não compreendo, aliás, como é que eles fazem o que fazem. Estou profundamente, não vou dizer chocada (…), porque eles estão a fazer o seu trabalho e a sua obrigação, por isso é que são farmacêuticos, mas senti-me muito perturbada com o que vi», declarou à “Lusa” Ana Paula Martins. A bastonária, que visitou, na passada sexta-feira, os Serviços Farmacêuticos do CHVNG/E, no âmbito do projeto “Roteiros Farmacêuticos”, afirmou que os funcionários estão a trabalhar em «condições muito precárias» sob o ponto de vista de instalações. «É uma situação já conhecida do Ministério da Saúde e também que se arrasta há muito tempo e que tem que ver também com a própria evolução do hospital que já devia ter sido construído há muito tempo», recordou a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos. Sobre o «capital humano» dos farmacêuticos e dos técnicos que trabalham no CHVNG/E, Ana Paula Martins diz que viu uma «grande capacidade de execução» em função do espaço exíguo e as condições que ali existem, sublinhando que os «indicadores de produtividade» são mais elevados do que estava à espera. Os serviços farmacêuticos do CHVNG/E sofreram um reforço de número de farmacêuticos e técnicos, porque, antes do verão, estavam «mesmo no limite da capacidade de assistência medicamentosa». O Ministério da Saúde «fez esse esforço e isso tem de ser reconhecido», afirmou a bastonária, referindo que devem ter entrado uns seis ou sete novos trabalhadores para aquele serviço. O serviço farmacêutico do CHVNG/E prepara medicação diária para 1.900 doentes oncológicos, em ambulatório naquela instituição hospitalar, e para 1.100 doentes com HIV (vírus da imunodeficiência humana), adiantou à “Lusa” fonte da Ordem dos Farmacêuticos. O projeto “Roteiros Farmacêuticos” é uma iniciativa da Ordem dos Farmacêuticos que visa fomentar o contacto com os farmacêuticos, assim como conhecer a realidade profissional em que se inserem e compreender as principais dificuldades e desafios que diariamente enfrentam e hoje, a iniciativa decorreu no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho – Hospital Eduardo dos Santos Silva. |