Bastonário da OM defende intensidade de combate à fraude a outros setores e não apenas na saúde 21-Fev-2014 O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) considerou ontem como «extremamente positivo» o combate à fraude e à corrupção na saúde e defendeu que a mesma intensidade da luta às ilegalidades deveria ser aplicada a outros setores da economia. «Dou os parabéns ao senhor ministro ao verificar que há um efetivo combate à fraude e à corrupção na saúde, o que é extremamente positivo», disse José Manuel Silva, no final da visita que efetuou ao hospital de Portimão, no segundo dia do périplo por hospitais e centros de saúde do Algarve. Questionado sobre o elevado número de clínicos sob investigação, por alegadas ilegalidades relacionadas com o exercício da profissão, o bastonário manifestou-se «surpreendido com a dimensão do número de médicos envolvidos». «Esperemos que efetivamente não sejam todos culpados, mas se o forem instituiremos penas severíssimas», assegurou José Manuel Silva. Segundo a “Lusa”, o bastonário da Ordem dos Médicos disse que «gostaria de ver noutros setores da economia», a mesma intensidade contra a fraude e a corrupção que está a ser aplicada na área da saúde, onde dezenas de pessoas estão a ser investigadas. «Há dezenas de pessoas ligadas à saúde, de várias profissões, que estão presas e, pergunto-me, por exemplo, porque é que nas fraudes do BPN não está ninguém preso», sublinhou José Manuel Silva. Para o bastonário dos Médicos, existe «uma justiça a duas velocidades, o que, obviamente, é tão inaceitável como não aceitar ou rejeitar que possamos ter um sistema de saúde a duas velocidades». José Manuel Silva reiterou a determinação da Ordem em expulsar os médicos «que se confirme em tribunal que efetivamente são culpados de violar o código deontológico de forma tão grosseira, confundindo o exercício hipocrático da medicina com comércio ilegal». O bastonário da Ordem dos Médicos iniciou na quarta-feira uma visita aos hospitais de Faro e de Portimão e a alguns centros de saúde do Algarve, depois de 370 médicos terem alertado para problemas e falta de medicamentos nos serviços clínicos das unidades de saúde, por alegando má gestão do Centro Hospitalar do Algarve. |