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Bastonário defende maior contributo dos farmacêuticos no sistema de saúde

25 de setembro de 2014

O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Carlos Maurício Barbosa, defendeu hoje uma «redefinição do papel e uma reorganização do contributo» destes profissionais na promoção da saúde e na prevenção da doença.

Em declarações à “Lusa”, a propósito das comemorações do Dia do Farmacêutico, que se assinala na sexta-feira, no Porto, Carlos Maurício Barbosa propôs um papel mais ativo dos farmacêuticos no acompanhamento dos doentes crónicos, nomeadamente dos hipertensos, diabéticos e asmáticos, entre outros, assim como na realização sistemática de rastreios.

O bastonário admite que muito desse trabalho já é feito de forma voluntária, mas o que a Ordem pretende é que passe a ser realizado «de forma sistemática e consagrada legalmente».

«Deve ser um sistema integrado, não podemos trabalhar numa base voluntária como tem sido atá ao momento. O Estado deve exigir das farmácias e dos farmacêuticos aquilo que eles podem e devem dar», sublinhou.

Assim, «nesta perspetiva de recentrar o sistema de saúde na proximidade, na promoção da saúde e na prevenção da doença, sentimos que os farmacêuticos têm um contributo que podem e devem dar, porque têm formação e qualificação para isso», frisou Carlos Maurício Barbosa.

Em seu entender, «o acompanhamento de doentes crónicos é crucial para garantir, por exemplo, que os hipertensos estejam controlados e, assim, evitar complicações, como acidentes vasculares cerebrais, tromboses, perdas económicas e pessoais».

O mesmo deve suceder com os diabéticos. O bastonário dos farmacêuticos referiu estudos que demonstram que «40% dos diabéticos não estão devidamente equilibrados e controlados. Isso leva a complicações graves».

«Temos em Portugal 2.900 farmácias onde trabalham mais de oito mil farmacêuticos. Estão espalhados pelo país técnicos altamente qualificados que podem e devem dar um contributo ao nível da prevenção da doença e promoção da saúde», insistiu.

O bastonário apontou a existência de «uma percentagem elevadíssima de doentes crónicos (hipertensos, diabéticos asmáticos, com colesterol elevado e outros) que precisam de ser devidamente acompanhados enquanto fazem as suas terapêuticas».

«Muitos destes doentes não obstante façam as suas terapêuticas são doentes que não estão compensados, que não estão equilibrados e que precisavam que alguém olhe para eles entre as consultas médicas, que os oriente e os encaminhe para o seu médico de família antes da consulta programada», sustentou.

As comemorações do Dia do Farmacêutico, que decorrem sexta-feira, no Porto, iniciam-se com o simpósio “O Farmacêutico no Sistema de Saúde”, no Salão Nobre da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.