Bastonário denuncia contratação de farmacêuticos como técnicos superiores de saúde no SNS 1221

O bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF) denunciou esta quinta-feira (10) a contratação de farmacêuticos como técnicos superiores de saúde, desvalorizando a carreira farmacêutica no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Na abertura do XV Congresso Nacional da Associação Portuguesa de Farmacêuticos Hospitalares (APFH), que começou esta quinta-feira e termina este sábado (12), Helder Mota Filipe “expressou a solidariedade de toda a profissão com os colegas que trabalham nas unidades do SNS, dando eco a muitos problemas, a maioria dos quais relacionados com a falta de condições materiais e humanas nos serviços farmacêuticos hospitalares ou com os entraves no acesso e reconhecimento desta especialidade farmacêutica”, informa a OF no seu site.

O bastonário explicou ainda que apresentou ao Ministério da Saúde “uma proposta de alteração legislativa que visa resolver os problemas suscitados pelo atraso na regulamentação da Carreira Farmacêutica, propondo o reconhecimento mútuo, entre o Ministério da Saúde e a OF, do título de especialista, tal como acontece com outras classes profissionais”. “Não é admissível que um farmacêutico especialista que exerça no setor privado e que queira servir o SNS tenha de ingressar na Carreira Farmacêutica através da Residência Farmacêutica”, disse.

Helder Mota Filipe lembrou ainda a implementação de um sistema de acesso e dispensa de proximidade através das farmácias comunitárias, aos medicamentos prescritos nos hospitais, uma medida que consta no Orçamento de Estado para 2023. “Não é aceitável que a dispensa em proximidade de medicamentos hospitalares não seja efetuada por farmacêuticos hospitalares ou por farmacêuticos comunitários. Os farmacêuticos hospitalares não conseguirão controlar a dispensa de medicamentos sem que seja utilizada a rede de farmácias comunitárias, numa articulação farmacêuticos hospitalares e comunitários”, reforçou.

A par da renovação automática da prescrição de doentes crónicos, as duas propostas exigem dos profissionais preparação e coordenação. “Temos de estar preparados e coordenados, enquanto grupo profissional, para uma possível legislação que venha a ser publicada neste âmbito”, concluiu o bastonário.