Bastonário dos Enfermeiros critica contratações a «conta-gotas» 22 de setembro de 2014 O bastonário da Ordem dos Enfermeiros criticou as contratações a «conta-gotas» feitas para preencher as «graves carências do país» a nível de enfermeiros, considerando que têm sido efetuadas «com uma certa indiferença perante as necessidades dos cidadãos». «As necessidades de saúde das pessoas não se coadunam com processos de contratação burocráticos negligentes, completamente indolentes e obsoletos», lê-se numa nota de imprensa assinada por Germano Couto, citando declarações proferidas pelo bastonário, em Coimbra, na cerimónia de entrega de cédulas aos novos enfermeiros da Região Centro. «Há colegas que se aposentam e não são substituídos, há situações de doença ou de licenças parentais que não obtêm o necessário apoio de retaguarda», referiu, acrescentando que a região centro tem sido um exemplo dessas políticas. Atendendo ao número de inscritos na OE no final do ano de 2013, os seis distritos da região centro dispunham de 6,4 enfermeiros por 1.000 habitantes, um número muito aquém dos países da OCDE, que é de 8,6 profissionais, e que, segundo o bastonário, citado pela “Lusa”, representa «uma carência de 5000 enfermeiros no total do setor público, privado ou social» na região. No entanto, a Ordem dos Enfermeiros encara como positiva a recente disponibilidade do ministro da Saúde em simplificar os processos de substituição de colegas em licenças parentais ou em baixa por doença. Para o bastonário, além da necessidade de contratar mais profissionais, é preciso que Portugal altere o paradigma e adote uma abordagem centrada no cidadão, e não no profissional de saúde, respeitando uma proposta da OCDE. «É preciso deixar de apostar numa Saúde extremamente medicalizada e investir na prevenção da doença e na promoção de hábitos de vida saudáveis», apostando numa saúde preventiva com enfermeiros, e pondo termos a «grupos instalados que preferem manter o atual status quo a defender o superior interesse do cidadão», explicou. O Sindicato dos Enfermeiros (SEP) considerou insuficiente a contratação de mil enfermeiros, anunciada na passada quinta-feira pelo Ministério da Saúde, para resolver o problema dos dias de trabalho em dívida, dos turnos extraordinários e das folgas não gozadas. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) divulgou em comunicado que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai contratar mais de mil enfermeiros até final do ano, precisando que já foi autorizada a contratação de 585 profissionais de enfermagem e que já está «em fase final de autorização» a contratação de outros 344, totalizando 929 contratações. Reagindo a este anúncio, o SEP afirma que o número avançado é insuficiente, uma vez que já estão autorizados em pendentes 929 contratações, o que significa que «o Ministério da Saúde só vai contratar mais 71 enfermeiros, até ao final do ano». |