Bastonário: Greve dos farmacêuticos “é um resultado do mal-estar que se tem vindo a agudizar” no SNS 746

A greve de quatro dias decretada pelo Sindicado Nacional dos Farmacêuticos (SNF) “é um resultado do mal-estar que se tem vindo a agudizar” no Serviço Nacional de Saúde (SNS), considera Helder Mota Filipe. A greve é convocada para todo o território nacional e abrange de todos os serviços de saúde com dependência do Ministério da Saúde e demais instituições do Estado que tenham farmacêuticos ao seu serviço.

À margem da conferência de imprensa de apresentação do STADA Health Report 2022, na Universidade NOVA de Lisboa, cujos resultados poderá ler na edição de novembro da revista FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF) assumiu ao Netfarma que a greve marcada para os dias 25 e 26 de outubro e 15 e 16 de novembro segue um conjunto de preocupações por parte dos profissionais dos serviços públicos.

“Esta greve é um resultado do mal-estar que se tem vindo a agudizar relativamente àquilo que são as condições de trabalho e ao número de recursos humanos dos farmacêuticos no SNS”, explicou o bastonário, ao lembrar os “hospitais onde pela primeira vez farmacêuticos assinaram escusas de responsabilidade”. O responsável pela OF referiu que “não tem havido por parte da tutela medidas para a boa implementação da carreira farmacêutica”.

Helder Mota Filipe garantiu ainda que enquanto bastonário não lhe compete pronunciar sobre a oportunidade da greve, mas deixou claro compreender “que aconteça na sequência de um conjunto de alertas que têm vindo a ser feitos pelos profissionais do SNS”. O desempenho dos farmacêuticos nos hospitais pode estar “em causa”, diz.

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Esperança no renovado ministério da Saúde

Sobre a audiência no parlamento, na passada terça-feira, juntamente com outros responsáveis nas áreas da Saúde, o bastonário da OF destacou a “oportunidade dos deputados ouvirem quais são as opiniões, dificuldades e expectativas das ordens profissionais”, fazendo um “balanço positivo” da participação.

“Ficaram claras algumas das preocupações relativamente ao desenvolvimento profissional do farmacêutico, mas também à proposta de orçamento do estado. Houve pelo menos atenção a ouvir-nos, algumas reações positivas a algumas das nossas propostas, mas não garanto que sejam consideradas”, salvaguardou.

Questionado sobre se as renovações no ministério da Saúde vieram facilitar as negociações, o responsável explicou que ainda não houve tempo para o confirmar, mas admitiu ter “esperança que apesar de tudo, com esta equipa, possa haver uma maior abertura para consideração e resolução destas questões”.

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