O Bloco de Esquerda (BE) requereu hoje a audição parlamentar do Conselho Diretivo do INFARMED para explicar as causas das falhas de medicamentos nas farmácias durante 2018, cerca de 64 milhões de embalagens.
De acordo com o requerimento subscrito pelo deputado bloquista Moisés Ferreira, «a falha de medicamentos não é um caso inédito», mas «certo é que as falhas de medicamentos e dispositivos acontecem vezes de mais e na maior parte das vezes as responsabilidades são imputáveis à indústria». No documento a que a agência “Lusa” teve acesso lê-se que «sabendo dos milhões de ocorrências de falhas que aconteceram durante o ano de 2018 e das consequências que isso tem na vida dos doentes, o Bloco de Esquerda pretende ouvir o INFARMED na Comissão Parlamentar de Saúde para saber das causas para as ruturas registadas durante o ano de 2018, sabendo também se essas falhas são imputáveis à indústria».
Em tom de alerta, o BE continua afirmando que «a falha de medicamentos traz grandes e graves consequências para os doentes. A ansiedade de não encontrar na farmácia o medicamento prescrito ou, nos casos mais graves, a interrupção do tratamento por rutura de stock do abastecimento, são apenas algumas das consequências». Como referido pela fonte, o partido político critica a indústria que «ora quer descontinuar medicamentos mais baratos para os substituir por outros mais caros, ora orienta o seu stock para outros países onde os medicamentos são comercializados a um valor superior», expondo ainda que há casos em que as falhas no abastecimento se verifica porque «a indústria quer ganhar força negocial para renegociar os termos da contratualização e os preços acordados com o INFARMED».
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