19 de Março de 2015
O grupo Bial anunciou, em comunicado, resultados positivos de um ensaio clínico de fase III (BIPARK I) com o Opicapone em doentes de Parkinson, o segundo produto de investigação Bial já submetido à Agência Europeia do Medicamento (EMA). Este fármaco é um novo inibidor COMT (catecol-O-metiltransferase) para uso como terapia adjuvante da levodopa em doentes de Parkinson. No estudo, a toma diária de 50 mg de Opicapone levou a uma diminuição significativa (2 horas) do período OFF-time, que se caracteriza por um estado de profunda imobilidade dos doentes. Em termos gerais o Opicapone foi considerado seguro e bem tolerado. Os detalhes deste ensaio clínico são apresentados hoje à comunidade médica e científica num poster exibido na 12th International Conference on Alzheimer’s and Parkinson’s Diseases and Related Neurological Disorders, que decorre na cidade francesa de Nice. De acordo com Joaquim Ferreira, do Departamento de Neurologia e Farmacologia Clínica da Universidade de Lisboa, «nos últimos 10 anos tem havido poucas opções de novos tratamentos para a doença de Parkinson e o Opicapone pretende dar resposta à necessidade de um inibidor COMT mais potente». O Andrew Lees, do Departamento de Neurologia do National Hospital for Neurology and Neurosurgery, em Londres, acrescenta «o Opicapone representa uma importante alternativa aos inibidores COMT atuais com a vantagem de ser um fármaco de toma única diária».
A investigação e desenvolvimento (I&D) de Opicapone é reflexo do compromisso da Bial na investigação e desenvolvimento de soluções terapêuticas inovadoras. Para António Portela, CEO da Bial, «o Opicapone vem oferecer uma nova esperança para médicos e pacientes. Estamos orgulhosos da estratégia de longo prazo que implementámos, focada na Investigação & Desenvolvimento, e no programa de inovação terapêutica que permitiu desenvolver esta nova terapia».
Depois da comercialização de Zebinix/Aptiom (acetato de eslicarbazepina) para o tratamento da epilepsia, já disponível na maioria dos mercados europeus e nos Estudo Unidos, este é o segundo produto de investigação Bial, reforçando a sustentabilidade do projeto de I&D da empresa. O Opicapone está a ser desenvolvido como terapêutica adjuvante da levodopa, fármaco de eleição na terapêutica sintomática da doença de Parkinson. Com a evolução da doença, os doentes de Parkinson desenvolvem o fenómeno wearing off (deterioração de fim de dose), em que a duração do efeito da levodopa é diminuída. Para responder ao fenómeno wearing off é utilizada terapêutica adjuvante para manter ou aumentar o efeito da levodopa, nomeadamente com fármacos inibidores da COMT, como este novo produto Bial.
O ensaio clínico BIPARK I com o Opicapone envolveu 600 doentes de 106 centros de estudo em diferentes países europeus, incluindo Portugal.
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