O presidente executivo da Bial, António Portela, defendeu a subida do preço de alguns medicamentos, para fazer face ao aumento dos custos de matéria-prima e transporte.
“Percebemos que a pressão no orçamento da Saúde é grande, mas em alguns casos específicos tem de ser feito [um aumento do preço] ou vamos ter medicamentos que não se pagam a si próprios, em que o custo é mais caro do que o que está no mercado, se as coisas continuarem a subir”, afirmou António Portela, em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios.
António Portela considerou “preocupante” o aumento consecutivo do valor das matérias-primas.
O presidente executivo da Bial, chamou a atenção do Governo, pois pode-se dar o caso de não haver certos medicamentos no mercado.
“Terá de haver casos específicos onde a tutela e a entidade regulamentar terão de olhar para os medicamentos e terão de fazer subida de preços ou não poderemos manter esses medicamentos no mercado”, avisou.
António Portela alertou também para a falta de uma política de criação de reservas de medicamentos em Portugal, para fazer face a uma situação de crise.
“Se acontecesse um desastre natural, uma catástrofe, não temos uma reserva. Temos o que existe nos armazéns. Se não tivéssemos capacidade de fornecer mais, é verdade, faltariam medicamentos”, afirmou.