O Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) da Universidade do Porto, anunciou que no próximo ano letivo irão ter simuladores com doentes virtuais em três dimensões para reforçar o ensino clínico.
Segundo a instituição de ensino, esta “aposta na inovação” não surge só devido à pandemia de covid-19.
“Independentemente da contingência em que vivemos, havia já a necessidade de um reforço da simulação médica na formação pré-graduada e pós-graduada”, indicou Henrique Cyrne Carvalho, diretor do ICBAS, à Lusa.
O Instituto da Universidade do Porto já está a negociar com uma empresa portuguesa a aquisição de 25 simuladores com doentes virtuais em 3D para os serviços do Centro Hospitalar e Universitário do Porto (CHUP) onde é dada formação pré e pós-graduada.
“São modelos absolutamente próximos da realidade que permitem a aprendizagem sem a invasão do doente”, indicou Henrique Cyrne Carvalho, acrescentando que o simulador permitirá que os estudantes aprendam técnicas clínicas, tais como toque retal, vaginal, auscultação cardíaca e pulmonar.
Para além disso, o simulador terá “um enquadramento clínico” que poderá apresentar falta de ar ou dor no peito e que possibilitará aos estudantes a elaboração da “história clínica” e a realização de exames auxiliares de diagnóstico.
Cada equipamento custa 7.500 euros e a licença para a utilização dos casos clínicos, “ronda os 30 a 40 mil euros” anuais, informou o diretor do ICBAS.
Outra das novidades será a divisão das turmas práticas e a redução do número de alunos por aula, que passará a quatro, assim como a gravação das aulas que depois serão introduzidas na plataforma da Universidade do Porto, de forma a que os estudantes possam “beneficiar dos seus conteúdos” e possam “rever a aula”.