Bristol-Myers Squibb revela resultados positivos do ensaio ALLY 464

11 de novembro de 2014

A Bristol-Myers Squibb anunciou os últimos dados relativos ao ensaio ALLY, que estudou a administração de daclatasvir (DCV) em combinação com o sofosbuvir (SOF), em pacientes com hepatite C com genótipo 3, uma população de doentes considerada das mais difíceis de tratar.

Os resultados do estudo, que mostraram uma resposta virológica sustentada 12 semanas após o tratamento (SVR12) em 90% dos doentes sem tratamento prévio (naïve) e 86% dos pacientes com experiência de tratamento, serão apresentados no The Liver Meeting 2014, a reunião anual da Associação Americana para o Estudo das Doenças Hepáticas (AASLD), em Boston.

«O genótipo 3 está associado a uma maior progressão da doença e continua a ser um desafio quanto à eficácia, inclusivamente dos regimes mais recentes. Os resultados do ALLY-3 demonstram a possibilidade de se alcançar uma cura para pacientes com o genótipo 3, a partir de um regime de administração oral durante 12 semanas», disse David R. Nelson, M.D., professor de Medicina, Genética Molecular e Microbiologia; diretor da UF Clinical and Translational Science Institute e vice-presidente da unidade de investigação da Universidade da Flórida.

Estes resultados, divulgados num comunicado, consolidam os vários dados anteriores, relativos à combinação do daclatasvir e do sofosbuvir. Um estudo prospetivo, em pacientes com genótipo 1, 2 e 3, demonstrou que a administração de daclatasvir e de sofosbuvir, durante 24 semanas, deu origem a uma taxa de SVR12 de 89% em pacientes com genótipo 3. Outros estudos ALLY, ainda em desenvolvimento, estão a examinar diversas populações com hepatite C com todos os genótipos: pacientes com cirrose e que foram alvo de transplante de fígado, bem como pacientes sem tratamento prévio e com experiência de tratamento que estão co-infetados com VIH.

No estudo ALLY-3, o daclatasvir em regime de combinação com o sofosbuvir foi bem tolerado, sem mortes, nem eventos adversos graves relacionados com o tratamento ou interrupções devido a eventos adversos. Os efeitos secundários mais frequentes ( ≥5 %) foram dor de cabeça (19,7%), fadiga (19,1%), náuseas (11,8%), diarreia (8,6%), insónias (5,9%), dor abdominal e artralgia (ambos 5,3%). Para além disso, verificaram-se 17 falhas de tratamento (11,2 %), com 16 recaídas após a medicação e um caso em que os sintomas recomeçaram no final do tratamento.