Cabo Verde ganha prémio africano de excelência pelo exemplo no combate à malária 20-Jan-2014 Cabo Verde foi galardoado com Prémio Excelência 2014 da African Leaders Malaria Alliance (ALMA), instituição que distingue anualmente os países africanos que se destacam no combate à malária, indicou uma nota oficial das autoridades cabo-verdianas. Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores (MIREX) cabo-verdiano adianta que Cabo Verde e seis outros países africanos foram distinguidos pela «liderança exemplar» na manutenção de uma média anual de 95% na cobertura de pulverização contra o vetor transmissor da malária. Os premiados são escolhidos por um comité de seleção independente com representantes da Organização Mundial de Saúde (OMS), da Roll Back Malaria, do setor privado, sociedade civil e universidades. A seleção é baseada nos dados da ALMA Scorecard para Prestação de Contas e dos Relatórios Trimestrais de Ação em 43 Estados africanos. «Como resultado desta significativa ampliação do controlo da malária e as intervenções, cerca de 3,1 milhões de vidas foram salvas desde 2000 em África, o que reduz as taxas de mortalidade da malária em 49%. Este resultado é um sucesso sem precedentes para a África», lê-se no documento. «Para o Governo de Cabo Verde, esta distinção é o reconhecimento de todo trabalho feito e constitui, por um lado, um estímulo para que o país continue com as estratégias que vêm sendo adotadas e, por outro, uma maior responsabilidade rumo à eliminação do paludismo», indica aquele departamento governamental cabo-verdiano. Segundo o MIREX, os ganhos resultam de «fortes apostas e investimentos» feitos, a vários níveis, nos últimos anos no setor da Saúde. Entre eles, o MIREX destaca a formação de técnicos em novas especialidades que operam nos centros de saúde de todo o país, a melhor cobertura de vacinação das pessoas, mais de campanhas de sensibilização e erradicação da malária no país. Em 2012, Cabo Verde foi premiado pela ALMA (African Leaders Malaria Alliance) pelo progresso na redução da mortalidade na luta contra o paludismo. Na sub-região oeste-africana, Cabo Verde é o país que melhores condições reúne para eliminar o paludismo. O prémio será recebido pelo chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, numa cerimónia especial encabeçada pela presidente da Comissão da União Africana (CUA), Nkosazana Dlamini-Zuma, que decorrerá em Adis Abeba, sede da organização africana, a 30 deste mês. Segundo a ALMA, anualmente, África sofre cerca de 12 mil milhões de dólares (9,3 mil milhões de euros) de prejuízos económicos provocados pela malária. Criada em setembro de 2009, a ALMA é uma agência intergovernamental fundada por chefes de Estado e de Governo que se comprometeram em atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio preconizados pelas Nações Unidas de pôr termo às mortes provocada pelo paludismo até 2015. Segundo dados do Relatório Mundial sobre Malária 2012, elaborado pela OMS em 104 países, África congregou 96,5% do total de mortes devido ao paludismo. Nos 43 países englobados na região africana da OMS, morreram 103.239 pessoas, com a RDCongo a contabilizar o maior número de vítimas (23.748), à frente da Tanzânia (11.805), Burkina Faso (7.001) e Angola (6.909). De acordo com a “Lusa”, Cabo Verde é o país africano com menor número de vítimas mortais, tendo sido registadas apenas quatro, todas elas «importadas» da costa ocidental africana. |