Cabo Verde procura financiamento de 2,4 ME para doenças provocadas por mosquitos 05 de Abril de 2016 Cabo Verde está à procura de financiamento para um plano de ação anual de 2,4 milhões de euros para combater a epidemia do Zika e para prevenir outras doenças provocadas por mosquitos, disse ontem a ministra da Saúde. O plano é o principal resultado de uma missão técnica da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Instituto Pasteur que esteve em Cabo Verde durante uma semana para apoiar as autoridades de saúde cabo-verdianas nas investigações laboratoriais dos casos de grávidas com suspeitas de infeção por vírus Zika. Segundo Cristina Fontes Lima, a OMS já garantiu que apoiará o país com os reagentes para fazer testes permanentes no Laboratório de Virologia local, enquanto o resto do financiamento será mobilizado junto de outros parceiros, como o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). «O plano foi orçamentado e vamos agora apresentá-lo aos parceiros. A OMS central já assumiu a responsabilidade de financiar os reagentes, mas temos o BAD, bem como outros parceiros. A OMS vai nos ajudar a fazer a busca destes parceiros e acho que vai haver uma resposta imediata dado ao interesse e importância de vencer a doença e evitá-la no futuro», sustentou a ministra, citada pela “Lusa”. No dia 15 de março, a ministra da Saúde informou que o país registou o primeiro caso de microcefalia, cujos primeiros testes confirmaram que há uma «associação» ao vírus Zika. «É um plano imediato, de preparação e resposta às consequências de uma epidemia, qualquer que ela seja: Zika ou outras», prosseguiu Cristina Fontes Lima, em conferência de imprensa, em que também marcaram presença o representante da OMS em Cabo Verde, Mariano Castellon, representantes da missão técnica e outros responsáveis de saúde cabo-verdiana. Além de preparar o país para evitar mais epidemias provocadas por doenças transmitidas por mosquito, o plano terá ainda outras ações, como a revisão da legislação, reforço da coordenação intra e extra setorial, reforço da cooperação, formação e recrutamento de pessoas. Contempla ainda a realização de estudos sobre os mosquitos, e segundo a ministra um deles será perceber por quê é que só na região de sul do arquipélago, que contempla as ilhas do Maio, Santiago, Fogo e Brava, é que os mosquitos transmitem infeções. A epidemia de Zika foi declarada oficialmente em Cabo Verde em outubro do ano passado e até início de março foram registados 7.490 casos suspeitos, uma tendência descendente, já que na última semana foram contabilizados apenas quatro casos suspeitos que estão a ser seguidos. Por isso, serão estudadas várias questões, como a eventual imunidade baixa do cabo-verdiano e imediata resposta do sistema de vigilância do arquipélago. «Estamos a apresentar um plano estruturado que está a contribuir para melhor conhecimento da doença no mundo», disse. Cabo Verde vai ainda assinar um acordo com o Instituto Pasteur de Dacar, um laboratório de referência regional para a OMS, para realizar estudos, colaborar com o mundo da pesquisa dessa doença, valorizando os especialistas e quadros locais, referiu Cristina Fontes Lima. Segundo a ministra, a epidemia do vírus Zika caminha para o seu fim em Cabo Verde, mas a preocupação agora é seguir as cerca de 140 grávidas infetadas e o caso de microcefalia. O vírus regista-se sobretudo países da América Latina, sendo o Brasil o país mais afetado, com cerca de 1,5 milhões de casos. |