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Câmara de Almada desafia Governo a assumir responsabilidades sobre urgências

20 de Janeiro de 2015

O presidente da Câmara Municipal de Almada, Joaquim Judas, defendeu ontem que o Governo e o Ministério da Saúde devem assumir responsabilidades face aos casos de mortes de doentes que esperavam atendimento médico nas urgências hospitalares.

«A Câmara Municipal de Almada entende que é chegado o momento de o Ministério da Saúde, ao mais alto nível, e o Governo no seu conjunto assumirem publicamente as suas responsabilidades relativamente à intolerável situação que se verifica», afirmou, numa nota de imprensa, citada pela “Lusa”, o autarca da CDU.

Segundo Joaquim Judas, nas últimas semanas tem havido um «elevado e inusitado número de falecimentos de cidadãos ocorridos nos serviços de urgência em diversos hospitais do país, em situações de espera que se prolongam muitas horas para além do período de tempo aceitável para serviços daquela natureza».

«Em Almada, no Hospital Garcia de Orta, registaram-se na última semana duas situações como a descrita, lamentando-se a morte de um cidadão com cerca de 60 anos e de uma cidadã com 89 anos», acrescenta.

Para Joaquim Judas, «estas ocorrências a todos os títulos lamentáveis e incompreensíveis revelam uma profunda desumanização que neste momento afeta de forma dramática o desempenho dos serviços de prestação de cuidados de saúde às populações».

O Ministério da Saúde revelou hoje que estão a ser avaliadas as mortes que ocorreram recentemente em urgências hospitalares, para perceber se estão relacionadas com o tempo de atendimento, e assegurou que, se for o caso, serão apuradas as responsabilidades.

A informação foi dada aos jornalistas pelo secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, à margem da apresentação do relatório sobre a evolução das taxas de cesariana em Portugal.

Neste inverno já morreram sete pessoas em urgências hospitalares.