Crianças que passaram ou estão em tratamento no IPO de Lisboa criaram desenhos para ilustrar etiquetas de presentes de Natal para uma campanha solidária de angariação de fundos para a modernização do serviço de pediatria.
“Melhor do que um bom presente é uma oferta com sentido” é a premissa dos kits de etiquetas autocolantes para presentes de Natal que compõem a campanha ‘Este Natal digo Presente’, adianta o Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, num comunicado, citado pela Lusa.
Cada kit é composto por um conjunto de 12 etiquetas autocolantes, com 12 desenhos diferentes, feitos por 12 crianças que estão ou estiveram em tratamento no Serviço de Pediatria do IPO Lisboa.
Para a diretora do Serviço de Pediatria, Ana Lacerda, esta campanha lembra o essencial do Natal: “Mais importante do que o presente é mesmo uma oferta com sentido”.
“É muito estimulante ver como as crianças e jovens gostam destas atividades e como ficaram contentes quando viram os seus desenhos usados nestas etiquetas”, conta a Ana Lacerda, considerando que é como um prémio para elas e, de certa forma, também para nossas educadoras, que as incentivam sempre a serem criativas nos seus tempos lúdicos.”
As etiquetas estão disponíveis nas lojas Pingo Doce, através de um donativo de 2,5 euros, revertendo a totalidade dos donativos para a instituição com o objetivo de modernizar o Serviço de Pediatria, através da renovação de percursos e de infraestruturas.
Em resumo
Criado em 1960, este serviço de oncologia pediátrica é o mais antigo do país e uma das unidades de oncologia pediátrica multidisciplinares mais antiga do mundo.
Por ano, o Serviço de Pediatria do IPO Lisboa recebe cerca de 190 novos casos de cancro em idade pediátrica (até aos 17 anos e 364 dias) e mantém em tratamento cerca de 400 crianças e jovens, que são acompanhados em internamento, consulta externa e hospital de dia, segundo dados avançados à agência Lusa.
As crianças e adolescentes são residentes nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Açores, Madeira, e de outros pontos do país, consoante a complexidade dos casos pela diferenciação de cuidados do IPO Lisboa, bem como dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
O Serviço divide-se em três Unidades Funcionais (tumores hematológicos, tumores sólidos e tumores do sistema nervoso central) e o internamento, no 7º piso, tem 16 camas.
O IPO Lisboa foi o primeiro hospital oncológico nacional a fazer tratamento pediátrico com células CAR-T de leucemias linfoblásticas B em dezembro de 2023 e é Centro de Referência Nacional para o cancro pediátrico, na região Sul do país, e faz parte da Rede Europeia de Centros de Referência em Oncologia Pediátrica.
O IPO acompanha na consulta dos DUROS (Doentes que Ultrapassaram a Realidade Oncológica com Sucesso) quem terminou o tratamento há mais de cinco anos, de acordo com um plano individual de seguimento que depende da doença e dos tratamentos realizados.
“Tem como objetivos manter a vigilância da doença oncológica e de eventuais complicações tardias, e promover a adoção de estilos de vida saudáveis”, refere a instituição, explicando que esta vigilância dos sobreviventes, a longo prazo, “permite não só melhorar a sua qualidade de vida, mas também a forma como são tratadas as crianças e jovens com cancro, com uma melhor adequação das terapêuticas”.