Campanhas de Vacinação Sazonal em Portugal com maior adesão que Espanha e França 1070

A Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) anunciou esta quinta-feira que as Campanhas de Vacinação Sazonal em Portugal, nos centros de saúde e das Farmácias Comunitárias, apresentam uma cobertura “altamente superior” a países como Espanha e França.

Em comunicado, a DE-SNS começa por explicar que no início de 2023 foram realizados “o planeamento e a organização da Campanha de Vacinação Sazonal do Outono-Inverno 2023-2024, contra a gripe e a COVID-19”. Nesta reflexão, participaram cerca de uma dezena de instituições, incluindo a DGS, ACSS, INFARMED, SUCH, INSA, entre outros parceiros, coordenada pela DE-SNS.

Em tudo o mundo, “fruto de alguma fadiga vacinal, e de um fenómeno descrito internacionalmente como a diminuição da perceção de risco associado, nomeadamente relativamente à COVID-19, mas que teria impacto também na gripe, existia um risco real de uma queda acentuada nos níveis de vacinação”. Por isso, refere, a Direção-Geral da Saúde (DGS) esperava uma cobertura entre 52% e 72,7% relativamente à covid-19 e de 51% a 74% no que diz respeito à gripe.

Perante um cenário de queda, “seria necessário alterar a abordagem, promovendo, nomeadamente, proximidade dos locais de vacinação, alargamento dos horários para potenciar a acessibilidade e uma campanha de comunicação disruptiva e robusta”.

A DE-SNS lembra que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças e a Organização Mundial da Saúde recomendara aos países a melhoria da disponibilidade física, do custo para o utente, da proximidade geográfica e da comunicação da vacinação. Neste sentido, a Campanha de Vacinação Sazonal do Outono Inverno 2023-2024, determinou, por exemplo, a inclusão da rede nacional de farmácias comunitárias enquanto pontos de vacinação. Os centros de vacinação passaram, por isso, de 700 para 3000.

As faixas etárias incluídas na vacinação para a gripe passou a abranger as idades dos 60 aos 64 anos, “aumentando assim a acessibilidade da vacinação gratuita para mais de 600 mil portugueses (primeira vez que tal aconteceu nestes mais de 40 anos de SNS)”. Finalmente, houve a “disponibilização de um investimento sem precedentes, especificamente dedicado a uma campanha de vacinação sazonal, que contou com mais de 200 spots televisivos, 400 spots de rádio nacionais, regionais e locais, mais de 750 outdoors em todos os distritos de Portugal Continental e mais de 3,5 milhões de visualizações nas redes sociais”.

A implementação destas medidas acima referidas “permitiu manter a ambição de cobertura vacinal que caracterizou a sociedade portuguesa ao longo das últimas décadas e contrariar a tendência de redução de cobertura, motivada pela fadiga vacinal da COVID-19, confirmada a nível internacional”.

É ainda referido que, ao faltarem ainda mais de dois meses para o fim da Campanha de Vacinação Sazonal e, por isso, sendo ainda “precoces as avaliações”, é já possível concluir que as “inovações implementadas na presente campanha permitiram claros ganhos de acesso e comodidade à vacinação por parte das populações”. Isto porque as pessoas deixaram de precisar das “deslocações desnecessárias”, podendo agora vacinar-se na farmácia mais próxima e no horário mais conveniente.

Relativamente à vacinação contra a gripe, a DE-SNS explica que, com o alargamento da elegibilidade para a vacinação gratuita para a população entre 60 e 64 anos, o que não acontecia em 2022, “foi ultrapassada a cobertura vacinal de toda a população com mais de 60 anos da campanha anterior”. “De acordo com a DGS, a 31 de dezembro, em Portugal, temos uma cobertura vacinal contra a gripe para esta população de 62,4% (face a 61,8% na campanha anterior)”.

Está também explicado que a diminuição de adesão face a valores de 2022 tem acontecido também nos casos de vacinação exclusiva nas unidades do SNS. Assim, é possível constatar que “mesmo num contexto de convocatória ativa e personalizada a adesão não tem tido os mesmos resultados do ano anterior, verificando-se assim uma tendência transversal de descida, tal como se antecipava na preparação da campanha”.

“Os achados positivos que ora se salientam tornam-se, ainda, mais claros quando comparamos a situação atual das coberturas nacionais de Portugal face aos seus congéneres europeus. Note-se que as coberturas vacinais contra a COVID-19 e gripe em Portugal são atualmente superiores, por exemplo, às coberturas de países como Espanha e França”, lê-se.

A DE-SNS toma como garantido, então, que as “medidas tomadas conseguiram assegurar boas taxas de vacinação, contrariando os cenários mais pessimistas, e se tornou num caso exemplar de boas práticas, que se irá mentar no futuro e que se poderá replicar em outros países europeus”.

“Nunca foi tão fácil e acessível vacinar-se contra a gripe e covid-19, de forma gratuita, sem necessidade de receita médica, bastando o cartão de cidadão. Por isso, recomenda-se ativamente à população com mais de 60 anos (que ainda não o fez) que se vacine contra a gripe e covid-19, numa qualquer farmácia ou centro de saúde perto de si. Proteja-se, proteja aqueles que lhe são mais próximos e contribua para focar a capacidade de resposta do SNS para aqueles que mais dele necessitam”, termina o comunicado.