Canábis: Associação explica «indiscutível potencial terapêutico» à AR 842

Canábis: Associação explica «indiscutível potencial terapêutico» à AR

 


08 de março de 2018

A Associação de Estudos sobre Canábis vai entregar hoje aos deputados no parlamento uma carta aberta na qual classifica como indiscutível o potencial terapêutico da planta canábis e recorda que 14 países na Europa legalizaram o seu uso medicinal.

«Com a legalização da canábis para fins medicinais em mais de 30 países no mundo, dos quais 14 na Europa, vários pacientes portugueses tomaram conhecimento desta alternativa e estão, atualmente, a utilizar canábis com efeitos positivos nos sintomas das suas doenças», refere a carta da associação, com subscrição aberta a quem a queira assinar.

Contudo, é lamentado que o enquadramento legal ambíguo e insuficiente inviabilize um acesso regulado e eficaz dos doentes à canábis para uso medicinal.

Os subscritores da carta querem que os derivados de canábis sejam vendidos nas farmácias, sendo testados por entidade reguladora, e que nas farmácias estejam disponíveis o máximo possível de variantes genéticas da planta e flores e extratos de canábis, mediante receita médica.

É ainda pedida a possibilidade de comparticipação pelo Serviço Nacional de Saúde.

A carta apela ainda a que seja autorizado o auto-cultivo da planta canábis, mediante receita médica e autorização especial, caso não seja possível encontrar na farmácia a planta com o perfil de canabinoides mais indicado para os pacientes.

Os elementos da Associação de Estudos sobre Canábis vão ser hoje à tarde ouvidos no parlamento, no âmbito do grupo de trabalho sobre a utilização da canábis para fins terapêuticos, avançou a “Lusa”.

Está ainda prevista a audição da Ordem dos Médicos e dos seus colégios de especialidade de neurologia e psiquiatria.

Contudo, a Ordem dos Médicos já divulgou publicamente a sua posição sobre a legalização da canábis para fins médicos.

A Ordem, num parecer divulgado em janeiro, reconhece que existe forte evidência da eficácia da canábis nalguns usos terapêuticos, mas entende que a sua prescrição deve ser exclusivamente médica e nunca através da forma fumada.