Canábis: Ativistas a favor de uso terapêutico e de discussão sobre legalização
23 de fevereiro de 2018 O GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos defendeu ontem no parlamento o uso da planta canábis e seus derivados para fins terapêuticos, mas pediu aos deputados uma discussão alargada sobre a legalização do consumo. O presidente do GAT, Luís Mendão, foi ontem ouvido na comissão parlamentar de Saúde, no âmbito do grupo de trabalho para a utilização da canábis com fins medicinais, e que foi criado depois de o Bloco de Esquerda (BE) e o partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) terem apresentado projetos de lei que preveem o autocultivo da planta e que “baixaram” à especialidade. A organização não-governamental em defesa dos direitos das pessoas com VIH/sida concorda com o «uso mais restrito, com indicação terapêutica», da planta e seus derivados, como óleos, mas discorda do autocultivo associado a esse fim, defendendo «a venda com prescrição médica». Luís Mendão desafiou, no entanto, o parlamento a «fazer a discussão da legalização da canábis para consumo de adultos», independentemente do seu fim, depois de «resolvida a canábis terapêutica». Para o dirigente do GAT, «a proibição de uma substância que é usada por dois por cento da população», para fins recreativos ou alívio de sintomas de doenças, e «fez crescer a venda no mercado negro não é uma resposta muito adequada». O uso medicinal da canábis tem gerado controvérsia, com a Ordem dos Farmacêuticos a manifestar-se contra, alegando falta de dados científicos que comprovem a sua eficácia e segurança e a Autoridade Nacional do Medicamento a concordar sob condições controladas e específicas. |