Com a lei da canábis medicinal em vigor, o interesse pelo Laboratório Militar tem surgido de várias partes. Além de fornecer as Forças Armadas, este laboratório centenário produz fármacos para hospitais (públicos e privados), mas apenas quando esses medicamentos não existem no mercado.
«Literalmente, todo o mundo. Acho que só nos falta o continente africano. De resto, já tivemos contactos de empresas na Ásia, na América do Norte, América do Sul e estamos a tentar agora organizarmos-nos para podermos produzir», confirmou ao site da “TSF” o major Paulo Cruz.
O chefe do departamento de logística farmacêutica acrescenta que o mercado internacional é o alvo para empresas nacionais.
«Empresas que são produtoras de canábis – a matéria-prima – e empresas que comercializam ou querem comercializar em mercados internacionais. Também várias empresas portuguesas nos contactaram, inclusive empresas que querem fazer investigação», explica.
O major Paulo Cruz explica que para dar resposta à procura: «É preciso encontrar um espaço e fazer as obras necessárias, falta o investimento nas obras necessárias para ter linhas produtivas porque, sendo um estupefaciente, exige circuitos diferentes, um controlo mais apertado e inclusive linhas de produção dedicadas».
Caso avance o fabrico de medicamentos à base de canábis, será sempre uma atividade à margem da função civil do laboratório, cuja prioridade continua focada nas Forças Armadas.