Canábis em doses diárias e muito fortes aumenta risco de psicose 18 de Fevereiro de 2015 O consumo de canábis em doses diárias e muito fortes aumenta cinco vezes o risco de psicose, revelou um estudo realizado no Reino Unido, que teve a participação do investigador e médico português Tiago Reis Marques. O estudo, conduzido pelo Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociências do King’s College de Londres, concluiu, ainda, que um em cada quatro novos casos de psicose se deve à ingestão diária de canábis de «alta potência». «A canábis é uma droga, é uma substância que tem um efeito pernicioso. A mensagem de que faz mal tem de passar», afirmou à “Lusa” Tiago Reis Marques, coautor da investigação, assinalando que «o que está a chegar à rua é uma planta muito mais forte». A equipa, liderada pelo psiquiatra escocês Robin Murray, analisou uma amostra de mais de 400 doentes de várias idades, do sul de Londres, que acorreram entre 2005 e 2012, pela primeira vez, ao instituto com sintomas de psicose e com historial de consumos de canábis. Os resultados obtidos foram comparados com um grupo de controlo de 370 pessoas saudáveis. Segundo Tiago Reis Marques, o estudo revelou que o risco de psicose aumenta nos doentes psicóticos proporcionalmente à frequência do consumo e à potência da droga ingerida, chegando a ser cinco vezes superior num dos grupos de pacientes, de 103 elementos – que fumavam diariamente canábis muito forte, com alto teor de tetrahidrocanabinol. O psiquiatra enfatizou que, apesar de a investigação se centrar na população de Londres, as suas conclusões «seriam as mesmas» se fosse feita noutra cidade, ou noutro país. O estudo foi publicado esta semana na revista “The Lancet Psychiatry”. Depois deste trabalho, Tiago Reis Marques pretende analisar os efeitos da canábis no cérebro de pessoas saudáveis. |