Canábis Medicinal: legislação, terapêuticas e investigação em debate 900

O Observatório Português de Canábis Medicinal (OPCM), em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, vai realizar a CNCM – a 1.ª Conferência Nacional de Canábis Medicinal, no dia 26 de março, entre as 09h00 e as 17h00, no Auditório da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Polo 3, em Coimbra.

A iniciativa tem como principal objetivo a discussão, análise e partilha de conhecimentos sobre esta temática, abordando, entre outros tópicos, legislação e regulamentação em Portugal, propriedades e usos terapêuticos dos canabinoides.

“A Canábis Medicinal e o Direito”; “Evidências Clínicas da Terapêutica com Canabinoides em Epilepsia”; “A Terapêutica Canabinoide no Alívio da Dor Crónica Oncológica”; “O Uso da Terapêutica com Canabinoides em Cuidados Paliativos”; “A Canábis e a Saúde Mental” e “Investigação Científica em Canabinoides – Estado da Arte” encabeçam as temáticas principais que vão estar em destaque na agenda da conferência.

A Primeira Conferência Nacional de Canábis Medicinal contará com a presença de entidades e autoridades ligadas ao setor da saúde e do medicamento. A saber: representante do Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P; da secção regional do centro da Ordem dos Médicos; diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra – FMUC e presidente da Câmara Municipal de Coimbra.

Dirigida a médicos, futuros médicos, farmacêuticos e estudantes de ciências farmacêuticas, o fecho dos trabalhos acontece com a realização de uma Mesa Redonda intitulada “Terapêutica Com Canabinoides, que perspetivas?”.

Participam na conferência como oradores convidados Marília Dourado, professora da Faculdade de Medicina de Coimbra; Artur Aguiar, médico radioncologista no Instituto Português de Oncologia do Porto; Pedro Barata, médico no Centro Hospitalar Universitário do Porto; João Taborda da Gama, advogado na Gama Glória Advogados; Nuno Canas, médico neurologista no Hospital Beatriz Ângelo em Loures e Manuel Gonçalves Pinho, médico de psiquiatra no Centro Hospitalar do Centro do Tâmega e Sousa,

“As exigências dos doentes estão a aumentar e a nossa missão é promover, coordenar e realizar atividades que vão ao encontro dos nossos objetivos de aumentar a consciencialização para o papel da canábis medicinal. Desta forma, com esta iniciativa pretendemos criar um espaço de partilha e debate de conhecimentos científicos referentes à canábis medicinal em Portugal. Face ao panorama atual, consideramos que este é o momento crucial para reunir os profissionais de saúde que acompanham mais direta e objetivamente o tratamento dos nossos doentes e avaliar as opções terapêuticas existentes”, explica Carla Dias, presidente do OPCM.

Em Portugal, a utilização de preparações e substâncias à base da planta da canábis para fins medicinais está aprovada para várias indicações, nos casos em que se determine que os tratamentos convencionais não produzem os efeitos esperados, entre as quais, dor crónica (associada a doenças oncológicas ou ao sistema nervoso); espasticidade associada à esclerose múltipla ou a lesões da espinal medula; náuseas e vómitos (resultantes da quimioterapia, radioterapia e terapia combinada de HIV e medicação para a hepatite C) e estimulação do apetite nos cuidados paliativos de doentes sujeitos a tratamentos oncológicos ou com SIDA.