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Cancro da mama: Novo teste facilita a escolha de terapêutica

03 de dezembro de 2014

O tratamento geralmente adotado para combater o cancro da mama é a quimioterapia. No entanto, um ensaio clínico está a testar a atuação de um teste diagnóstico que pode alterar esta tendência.

“Mama-print”, um teste em estudo em nove países da Europa, permite uma análise genómica do tumor, o que facilita a escolha da terapêutica mais indicada para cada caso.

Para a oncologista Fátima Cardoso, que coordenou o estudo a nível europeu, este teste representa um grande avanço e «um exemplo de medicina personalizado».

«Para aquele tumor que se desenvolveu naquele doente, qual será a melhor atitude terapêutica? Em vez de tratar todos da mesma forma, o objetivo é tentar definir a melhor atitude terapêutica», contou à “Renascença”.

«Esse teste é composto por 70 genes do tumor: não tem a ver com o cancro hereditário, com os genes da pessoa, mas sim com genes do tumor. E que permite, com maior veracidade, verificar se é necessário administrar quimioterapia ou não», esclareceu.

«É como fazer bilhete de identidade do tumor», disse. «Em vez de analisarmos quatro ou cinco características e baseado nisso decidir se vamos fazer quimioterapia ou não, vamos analisar o tumor. A perspetiva é que ao fazer isso possamos determinar aqueles que necessitam de quimioterapia e poupar aqueles que não necessitam desse tratamento, obtendo a mesma eficácia com muito menos toxicidade», acrescentou.

Na Europa, a cada seis minutos e meio é feito um diagnóstico de cancro na mama.

A médica Fátima Cardoso revelou que «com a utilização deste teste, poderemos poupar cerca de 10 a 15% dos doentes de fazerem quimioterapia. O cancro da mama é o cancro mais frequente portanto este é um número substancial porque, uma vez provado o teste, poderá ser utilizado em quase toda a região do mundo».

O teste ainda não está disponível em Portugal. No entanto já existe, para um grupo restrito de doentes, em Espanha, no Reino Unido e na Alemanha.