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Cancro da pele e do cólon vão disparar até 2020

03 de outubro de 2014

Os casos de cancro de pele deverão quase triplicar e os de tumor do cólon duplicar na região sul de Portugal em 2020, comparando com o final da década de 1990, segundo projeções apresentadas ontem em Lisboa.

De acordo com a diretora do Registo Oncológico Regional do Sul, Ana Miranda, em 2020 haverá mais de 600 novos casos por ano de melanoma, quando no princípio deste século se registavam cerca de 250 casos anuais.

A projeção indica que em 2020 haverá 635 novos casos de melanoma, quando em 2008 se registaram 395 casos diagnósticos.

Estes são dados e projeções do Registo Oncológico do Sul, mas Ana Miranda lembrou à agência “Lusa” que se trata de uma área geográfica que representa praticamente metade do país.

Também os novos casos de cancro do cólon vão registar um aumento significativo, passando em 2020 para mais de 1800 nos homens e cerca de 1200 nas mulheres, uma duplicação face ao que sucedia em 1998.

Ana Miranda, que ontem participou no Congresso Nacional de Saúde Pública, explicou que o aumento de cancros do cólon tem muito a ver com o desenvolvimento dos rastreios e defende que esta é a melhor forma de detetar precocemente a doença, reduzir a sua gravidade e a mortalidade.

Só entre 1998 e 2009 o tumor do cólon aumentou 34% em pessoas a partir dos 45 anos, «muito provavelmente devido a um melhor diagnóstico e a uma melhor sensibilização da população para o problema».

Já em relação ao cancro da pele, no mesmo período, o aumento foi de 50% nos homens e de 35% nas mulheres.

Segundo Ana Miranda, a exposição intensa ao sol em idades jovens, a par de um melhor diagnóstico, estarão na base deste aumento.

A especialista considera que «campanhas bem organizadas» podem reverter esta situação, alertando que as campanhas de sensibilização devem ser «feitas nos locais e no momento certo», juntando várias entidades.

Embora o aumento de casos revelado pelas projeções seja significativo, Ana Miranda considera que os serviços de saúde em Portugal precisam de estar preparados não apenas para os novos casos, mas para a prevalência total, ou seja, para o número de pessoas que vão conviver com a doença oncológica, à medida que aumenta a sobrevivência neste tipo de patologia.

Os mais recentes dados do Registo Oncológico do Sul, de 2009, mostram que os tumores mais frequentes no homem são o da próstata, da traqueia, brônquios e pulmão, do cólon, da bexiga e do reto.

Na mulher, o cancro mais frequente é o da mama (quase um terço dos casos), o do cólon e o do colo do útero e útero.