No Mês de Sensibilização para o Cancro do Pulmão, é urgente aumentar a consciencialização sobre o cancro do pulmão de pequenas células (CPPC).
“Quando falamos de cancro do pulmão existem dois subtipos e o CPPC, apesar de ser mais raro, distingue-se por ser altamente agressivo, geralmente diagnosticado em estádios avançados e fortemente associado ao tabagismo”, refere, em comunicado, Bárbara Parente, da direção clínica do Instituto CUF Oncologia.
“O conhecimento sobre o CPPC entre a população portuguesa ainda é reduzido, sendo que esta perceciona o Cancro do Pulmão de uma forma global e este subtipo passa, assim, despercebido”, refere Bárbara Parente, acrescentado que “por isso, muitas vezes, os doentes procuram opções cirúrgicas que são, na maioria dos casos inviáveis quando falamos de CPPC, pois trata-se de uma doença sistémica”, refere.
Um estudo nacional realizado para a PharmaMar demonstra que para 17% das pessoas com doença extensa o mercado não oferece uma opção de tratamento suficiente para tratar a doença. Apesar de os tratamentos disponíveis terem demonstrado eficácia em fases iniciais, a doença recidiva com frequência, tornando-se mais resistente aos tratamentos subsequentes. Atualmente, a quimioterapia é a principal opção para o CPPC, associada recentemente a imunoterapia, especialmente para doentes em fases avançadas, mas novas opções de tratamento são cruciais para melhorar a sobrevida dos pacientes.
“A sensibilização é essencial para a deteção precoce, especialmente entre fumadores ou ex-fumadores, especialmente tendo em conta que, infelizmente, ainda não temos em Portugal rastreios de base epidemiológica”, refere ainda Bárbara Parente.
Nos últimos anos, a investigação em CPPC tem ganho relevância, com estudos clínicos em várias fases de tratamento. “É grande a expectativa à volta dos estudos clínicos que estão a decorrer neste momento, quer em primeira linha, manutenção e em segunda linha. Espera-se que toda esta investigação que agora despertou para o CPPC possa vir a fazer diferença neste tipo de tumor já que até há poucos anos atrás isso não acontecia”, refere ainda Bárbara Parente.