Cardiologistas de intervenção partilham conhecimento em suporte circulatório mecânico 269

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) vai promover a iniciativa formativa Day at the Cath Lab (D@CL), sobre a temática “Utilização de Suporte Circulatório Mecânico em Angioplastia de Alto Risco”, no próximo dia 14 de setembro, no Laboratório de Hemodinâmica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. O objetivo é a partilha de informação entre cardiologistas de intervenção, sobre este tema tão importante, uma vez que, até à data, nem todos os laboratórios do país têm treino neste contexto.

“Cerca de 50 por cento das angioplastias são realizadas em contexto de síndromes coronárias agudas e os outros 50 por cento são em síndromes coronárias crónicas. Alguns destes doentes têm risco elevado, ligado não só com a complexidade do tratamento coronário, mas também com a complexidade clínica”, afirma Marco Costa, coordenador do Laboratório de Hemodinâmica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Além da situação clínica de risco de muitos doentes, Marco Costa refere que, por vezes, também a própria angioplastia se reveste de grande complexidade, obrigando a técnicas especiais de maior risco. “Sempre que possível devemos tratar estes casos de forma eletiva, preparando-os antecipadamente e discutindo-os em heart team. Temos que ponderar outras possibilidades de tratamento, nomeadamente cirúrgicas, pensar no melhor suporte farmacológico e, depois, propor o melhor tratamento ao doente e aos familiares”, afirma Marco Costa, justificando assim a importância e pertinência da escolha do tema.

E acrescenta: “O Impella é um dispositivo que já usamos há alguns anos no nosso laboratório, e é bastante simples de utilizar. Contudo, tem indicações e contraindicações. É importante discutir o caso e ter uma equipa treinada e disponível para dar apoio durante e após a intervenção.”

Carlos Braga, cardiologista de intervenção e responsável pela iniciativa D@CL da APIC, afirma que os avanços na Medicina em geral e na Cardiologia em particular têm permitido aumentar a esperança média de vida da população. “Como consequência, cada vez é mais frequente realizarem-se procedimentos de intervenção coronária percutânea em doentes idosos ou com mais comorbilidades, que apresentem doença coronária complexa e um elevado risco cirúrgico”, refere.

E desenvolve: “Nestas circunstâncias, os dispositivos de suporte circulatório mecânico são um complemento fundamental à revascularização percutânea, permitindo um procedimento mais seguro e eficaz. O Laboratório de Hemodinâmica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, pela experiência que tem, será um excelente anfitrião para a divulgação e ensino desta técnica.”

De acordo com o responsável pela iniciativa, “o D@CL pretende promover ações de formação práticas e dinâmicas, com o objetivo de adquirir ou partilhar conhecimento em procedimentos inovadores e complexos. É uma iniciativa que também permite aos cardiologistas de intervenção conhecerem o dia a dia de um laboratório de hemodinâmica do país, num ambiente informal, hands on e de proximidade.”

Coordenado por Marco Costa, o Laboratório de Hemodinâmica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra conta, atualmente, com cinco salas de Hemodinâmica, duas em cada polo e uma sala híbrida na cirurgia cardíaca. Os profissionais do espaço fazem, anualmente, cerca de 1.500 intervenções coronárias, cerca de 200 intervenções valvulares e 100 intervenções estruturais não valvulares. Fazem parte do quadro 55 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos de Cardiopneumologia, técnicos de Radiologia e assistentes operacionais.

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt.