A Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) e a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), numa nota divulgada, indicou querer que a prescrição de medicamentos anticoagulantes orais diretos para a fibrilhação auricular seja feita em receita renovável pois facilita o acesso do doente e tem melhor adesão terapêutica.
No documento a que a Lusa teve acesso, a SPC e a FMUL consideram que estes medicamentos devem ser prescritos em receita médica renovável pois “as suas indicações incluem doenças que carecem de tratamentos prolongados”.
O tipo de receita médica disponível para a prescrição destes fármacos está confinado às receitas não-renováveis com duração de um mês, o que torna “a prescrição destes fármacos mais burocrática, necessitando de um maior número de atos médicos para prescrever mais receitas num curto espaço de tempo, comprometendo também o acesso ao medicamento por parte dos doentes”.
Este tipo de receita promove uma menor adesão terapêutica para os anticoagulantes orais diretos e “aumenta a probabilidade de formação de trombos, sendo neste contexto um fator de risco documentado para AVC e mortalidade, comprometendo o prognóstico dos doentes com fibrilhação auricular”, indicam.
As duas entidades lembram que a prescrição de anticoagulantes orais tem aumentado nos últimos anos e que a fibrilhação auricular “é provavelmente a patologia mais prevalente com indicação para anticoagulação oral”.
A SPC e a FMUL indicam ainda que estes anticoagulantes orais diretos “mostraram uma redução significativa do risco relativo mortalidade, e acidente vascular cerebral (AVC) ou embolia sistémica”, assim como mostraram ser “mais seguros no que diz respeitos ao risco de hemorragia major, demonstrando uma redução significativa do risco destes eventos, em particular do risco de hemorragia intracraniana, com redução do risco relativo foi cerca de 50% comparativamente com os antagonistas da vitamina K”.