Carreira do farmacêutico hospitalar só será discutida a partir de 2017 26 de Setembro de 2016 O estatuto da carreira de farmacêutico hospitalar, reivindicado há 20 anos por estes profissionais, não irá avançar este ano devido a constrangimentos financeiros, revelou o ministro da Saúde, um anúncio que a Ordem lamenta. No Dia do Farmacêutico, o ministro da Saúde anunciou que as carreiras vão começar a ser discutidas no final de 2017/2018. No final de uma visita à Unidade de Tratamento Intensivo de Toxicodependência e Alcoolismo (UTITA), pertencente ao Hospital das Forças Armadas, Adalberto Campos Fernandes classificou de «mais do que legítima» a reivindicação da criação dos estatutos da carreira de farmacêutico hospitalar. A criação desta carreira irá assegurar «a continuidade do papel do farmacêutico hospitalar para a segurança dos doentes e para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)», segundo a Ordem dos Farmacêuticos. «Acompanhamos esta preocupação, mais do que legítima, que introduz segurança, respeito, por uma profissão que é muito relevante», disse o ministro, comprometendo-se a iniciar o trabalho com vista à criação desta carreira «logo que seja possível». Questionado sobre a razão da criação da carreira não avançar este ano, o ministro disse tratar-se de «uma questão de responsabilidade política» que visa acabar o ano «com boas contas». Presente nesta visita, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos disse ver este adiamento «com muita apreensão». «Não desconhecemos a situação difícil que o país atravessa, somos sensíveis a isso, mas a carreira farmacêutica está pendente há 20 anos», disse Ana Paula Martins, citada pela “Lusa”. Para a bastonária, estão em causa 1.100 farmacêuticos e um «impacto orçamental nulo». «A carreira é um percurso, como é para os médicos e enfermeiros, no SNS. Garante que durante quatro anos os farmacêuticos são treinados para, por exemplo, nos serviços de oncologia, não só na preparação, como na validação do que é prescrito e nas reações adversas detetadas, os farmacêuticos conseguem garantir essa segurança», sublinhou a Ana Paula Martins. A bastonária afirmou que, na área do medicamento, «são os farmacêuticos que que garantem segurança em todo o circuito». «Procura-nos muito não termos a possibilidade de não treinar novos farmacêuticos para estas funções», pois os profissionais que atualmente estão nos hospitais «estão em fim de carreira ou num grupo etário que não garante a sua continuidade». |