No dia 16 de agosto aplaudimos uma conquista no setor farmacêutico: a criação da carreira farmacêutica. Desde logo, várias estruturas do setor farmacêutico e da saúde se pronunciaram. Mas o que representa esta carreira para os estudantes? O que poderão esperar os futuros farmacêuticos?
O estabelecimento do regime legal da carreira especial farmacêutica na Administração Pública representa para os estudantes uma oportunidade mais justa de integrar a área profissional de Farmácia Hospitalar. Porquê?
Atualmente, uma significativa percentagem dos estudantes do MICF não têm a oportunidade de frequentar disciplinas que foquem a Farmácia Hospitalar como unidade curricular obrigatória. Simultaneamente, nem todos conseguimos realizar estágio em contexto hospitalar por falta de capacidade dos serviços farmacêuticos dos hospitais portugueses. Estes dois pontos resultam na formação de estudantes que concluem o seu percurso curricular sem experienciar Farmácia Hospitalar, o que se poderá traduzir numa “desvantagem competitiva” para ingressar nesta área profissional. A criação da carreira vem agora criar condições para um concurso público de recrutamento de farmacêuticos hospitalares, garantindo-lhes um período de formação adequado (e uma oportunidade justa de iniciar o seu percurso) enquanto profissional de saúde diferenciado.
Paralelamente, o novo diploma apresenta também o conceito de “Internato Farmacêutico”. Novamente a questão impera: que oportunidades trará o novo internato? Permitirá uma melhor preparação e formação dos farmacêuticos, harmonizando o acesso à profissão e garantido um percurso comum de progressão profissional. Os estudantes (do MICF) de hoje continuarão a ser, assim, os estudantes de amanhã – os hospitais terão planos para formar os novos “farmacêuticos internos” o que resultará num profissional mais especializado e preparado. Um farmacêutico que não dependerá apenas do, por vezes inalcançável, estágio em Farmácia Hospitalar para ingressar nesta área profissional.
Assim, o estabelecimento do regime legal da carreira especial farmacêutica na Administração Pública representa para os estudantes uma oportunidade mais justa de integrar a área profissional de Farmácia Hospitalar e um acréscimo das suas condições e expectativas para o desenvolvimento profissional.
Diana Lopes Carvalho,
Presidente da APEF – Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia<
