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Cascais: Governo vai investir no Centro de Apoio Social do Pisão

02 de dezembro de 2014

O ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, admitiu ontem investir 330 mil euros em obras no Centro de Apoio Social da Quinta do Pisão, Cascais, para dar melhores condições às pessoas com doenças mentais.

«Temos prevista uma verba de 330 mil euros para concluir um conjunto de respostas e aproveitar o potencial total que hoje está neste equipamento. Há espaços que estão encerrados e que podiam e deviam estar abertos, e é isso que queremos fazer prioritariamente em 2015», afirmou Pedro Mota Soares.

O ministro, que falava à agência “Lusa” depois de uma visita ao Centro de Apoio Social do Pisão (CASP), respondia assim aos apelos feitos pela provedora da Santa Casa da Misericórdia de Cascais, que gere o equipamento.

Isabel Miguéns desafiou o ministro a concluir as obras iniciadas, a definir prioridades, a dotar o CASP com mais recursos humanos e alertou para a «falta de condições» para acolher pessoas com características mais «delicadas».

«Temos pessoas aqui muito frágeis e depois temos também pessoas mais violentas e com doenças transmissíveis, e não podem mandar para cá toda a gente, porque nós não temos condições de os ter cá», alertou a provedora da Santa Casa.

Perante os alertas, Pedro Mota Soares prometeu «diálogo» com as entidades, para definir as prioridades.

A visita de Pedro Mota Soares à Quinta do Pisão foi a primeira visita de um ministro àquele espaço e, por isso, realçou que «é importante que os políticos mostrem os exemplos difíceis e não só os exemplos fáceis».

«Fico muito impressionado que seja a primeira vez que um ministro em funções vem aqui ver o que se está a passar, até porque eu acho que o Estado, muitas vezes, neste tipo de respostas, esquece as suas responsabilidades», disse.

O ministro admitiu que, «nas respostas mais difíceis, as pessoas tendem a fugir delas» e que foi esse o motivo que o levou a visitar o CASP, «para lembrar às pessoas que há equipamentos muito difíceis, situações humanas muito difíceis e que o modelo social em Portugal, onde as instituições sociais têm enorme responsabilidade e onde o Estado pode apostar na contratualização da resposta social, funciona nos casos mais fáceis, mas às vezes também nos casos mais difíceis».

O CASP funciona há 30 anos e acolhe, em regime de internamento, 340 adultos com patologia psiquiátrica de ambos os sexos (275 homens e 65 mulheres), cujo quadro psicossocial requer cuidados básicos de subsistência e de saúde integral que engloba aspetos físicos, psíquicos, sociais, ocupacionais e de reabilitação.