A ex-secretária de António Lacerda Sales disse hoje que não fez nada que o antigo secretário de Estado da Saúde não soubesse, revelando que teve orientações para contactar Nuno Rebelo de Sousa e o hospital sobre as gémeas luso-brasileiras.
“Eu não fiz nada que o secretário de Estado da Saúde não soubesse”, afirmou Carla Silva, segundo a Lusa, após ser questionada pelo deputado do PS João Paulo Correia na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas tratadas em 2020 no Hospital de Santa Maria (Lisboa) com o medicamento Zolgensma.
De acordo com o relatório da Inspeção Geral de Atividades em Saúde (IGAS) sobre este caso, foi Carla Silva quem contactou o Hospital de Santa Maria para marcar a consulta das gémeas – uma informação já negada por Lacerda Sales.
No relatório, ainda de acordo com a Lusa, o IGAS explicou que Carla Silva remeteu informações como “a identidade das crianças, data de nascimento, diagnóstico e datas em que os pais poderiam estar presentes” para o Hospital de Santa Maria sob orientação do ex-secretário de Estado.
Hoje, no parlamento, a ex-secretária de Lacerda Sales adiantou que entrou em contacto com o filho do Presidente da República, Nuno Rebelo de Sousa, a pedido do ex-governante do gabinete da então ministra da Saúde Marta Temido.
“O secretário de Estado [da Saúde] pediu para contactar Nuno Rebelo de Sousa. Eu contactei Nuno Rebelo de Sousa, identifiquei-me e pedi os dados clínicos [das crianças], e depois encaminhei o email para Ana Isabel Lopes”, que era responsável pelo departamento de pediatria do Hospital de Santa Maria, disse aos deputados.