O PSD quer reforçar perguntas que foram feitas por escrito ao antigo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no âmbito da comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas, considerando que o ex-governante deu “respostas insatisfatórias”.
“O ministro que sucedeu à ministra [Marta Temido] (…) nunca se preocupou em saber o que é que se tinha passado, principalmente perante uma doença que atingiu e foi tratada em 36 crianças, que durante este período de tempo terá custado 72 milhões de euros aos cofres portugueses”, afirmou, citado pela Lusa, o deputado social-democrata António Rodrigues.
Antes do início dos trabalhos da comissão de inquérito, o coordenador do PSD disse hoje que “as respostas foram basicamente enviadas para outros relatórios, quer para o relatório da autoria [do Hospital de Santa Maria], quer para o relatório da IGAS [Inspeção-Geral das Atividades em Saúde]”.
“Perante o vazio [na resposta] às perguntas que foram feitas, nomeadamente pelo PSD, e a que o ex-ministro não foi capaz de responder ou não quis propositadamente responder, remetendo para outros documentos, nós entendemos entregar um requerimento para reforçar as perguntas que foram feitas inicialmente”, sustentou.
O requerimento para pedir “esclarecimentos complementares ao depoimento de Manuel Pizarro” foi entregue à comissão parlamentar de inquérito após o anúncio de António Rodrigues.
O presidente da comissão parlamentar de inquérito, Rui Paulo Sousa, disse, ainda segundo a Lusa, que o requerimento será colocado à votação na próxima semana, referindo que os “outros grupos parlamentares também poderão ter interesse em reforçar as suas próprias perguntas”.
Em resumo
Manuel Pizarro afirmou que não questionou António Lacerda Sales sobre o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas com um dos medicamentos mais caros do mundo e que “não é um procedimento regular” a tutela marcar consultas.
“Não questionei [António] Lacerda Sales sobre este assunto”, salientou o antigo governante em resposta escrita ao Livre, após ser interrogado se tinha abordado o ex-secretário de Estado Adjunto e da Saúde, quando teve conhecimento do caso em 2023.
Nas respostas enviadas à comissão de inquérito ao caso das gémeas que receberam em 2020 o medicamento Zolgensma no Hospital de Santa Maria, lembrou os deputados que apenas teve conhecimento do caso “nos primeiros dias de novembro de 2023”, através da notícia da TVI/CNN.