Foram detetados 162 casos de sarampo em 2018, um número cinco vezes maior do que no ano anterior. Os especialistas apontam para as disparidades da vacinação entre regiões do país.
Os números, ainda provisórios, foram fornecidos pela DGS ao “Jornal de Notícias” e acrescentam ainda a informação de que 51% desses casos «ocorreram em profissionais de saúde» e com maior incidência no grupo etário entre os 25 e os 34 anos (74 casos), seguindo-se o grupo dos 15-24 anos, que registou 40 casos da doença.
Em relação aos profissionais de saúde, o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, reforça que «os sistemas de saúde têm de ser exemplares» e que «a questão da vacinação é muito séria», remetendo para a baixa adesão dos profissionais de saúde à vacina contra a gripe. Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, fala em diferenças de vacinação por região, tendo em conta que há locais onde a taxa de vacinação ainda não é a recomendada. «É preciso fazer uma reflexão importante sobre as taxas de cobertura da vacinação», referiu em declarações à fonte.
Como o site “O Observador” refere, o boletim da DGS avança que a cobertura para a primeira dose de vacina contra o sarampo foi de 98% em 2017, oscilando entre os 96% e os 98% na segunda dose, nos menores de 18. «As coberturas são mais elevadas do que nas verificadas no ano anterior», confirma a instituição, concordando com Ricardo Mexia em relação à assimetria entre regiões, já que «continuam a registar-se valores abaixo da meta em algumas áreas do país», sendo «necessário um maior investimento».