Castro Marim promove campanha de vacinação contra a pneumonia (iniciativa apoiada pelas farmácias locais) 97

A Câmara de Castro Marim está a promover uma campanha de vacinação contra a pneumonia, dirigida numa primeira fase a maiores de 65 anos, que já imunizou “largas dezenas de pessoas” em três dias, disse o presidente da autarquia.

A campanha iniciada na segunda-feira é gratuita e aproveita o lançamento de uma vacina que dá imunização vitalícia para proteger a população idosa, assim como pessoas de grupos de risco e trabalhadores de lares e cuidados continuados, contra a segunda doença que mais mortes causa em Portugal, justificou Francisco Amaral à agência Lusa.

“A segunda causa de morte em Portugal é a pneumonia. A primeira são os acidentes cardio-cérebro-vasculares, e logo a seguir é a pneumonia. Por outro lado, o terceiro país da Europa onde se morre mais de pneumonia é Portugal. Há pouco tempo surgiu uma vacina cuja aplicação única dá imunidade para o resto da vida e eu estou convencido de que isto vai resultar e vamos reduzir muito a taxa de morbimortalidade ligada à pneumonia aqui em Castro Marim”, afirmou o autarca.

Francisco Amaral mostrou-se convencido de que esta medida irá “fazer escola” e será seguida depois noutros municípios e pelo país, à semelhança do que aconteceu com outras iniciativas que adotou, como a criação da primeira unidade médica móvel do país, em 1995, a vacinação contra a gripe, em 1996, ou as operações às cataratas, em 1999, quando ainda presidia à Câmara de Alcoutim (1993-2013), exemplificou.

“Estou particularmente convencido de que, à semelhança do que se passou noutras iniciativas pioneiras que tomei no país, isto vai fazer escola e mais cedo ou mais tarde toda a gente vai fazer, porque isto é flagrante: os hospitais estão entupidos nas urgências e nos SO [Serviços de Observação] com pneumonias”, argumentou.

Francisco Amaral lamentou haver “uma falta de aposta na medicina preventiva em Portugal” e considerou que os resultados desta campanha irão provar que está a “ter razão antes de tempo”.

Questionado sobre se a autarquia vai suportar os custos da medida, o presidente da autarquia do distrito de Faro respondeu que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) comparticipa parte do valor da vacina, “quando é passada com receita médica”, e “a parte não comparticipada é o município que paga”.

“Estamos e vamos continuar a desenvolver uma ampla campanha de informação, com outdoors espalhados pelas estradas e pelas ruas, para sensibilizar as pessoas”, adiantou, frisando que a imunização “começou na segunda-feira e já largas dezenas de pessoas foram vacinadas na segunda, na terça e na quarta-feira”.

Os interessados em fazer a vacinação devem dirigir-se à Junta de Freguesia da sua área de residência, esclareceu o autarca, mostrando-se convicto de que a medida, apoiada também pelas farmácias locais, vai “diminuir a taxa de morbimortalidade em Castro Marim”.