A agência de saúde pública da União Africana (UA) deslocou-se à República Democrática do Congo (RDCongo) para investigar a doença desconhecida que já causou pelo menos 71 mortes no sudoeste do país, desde outubro, foi hoje anunciado.
Durante a visita, liderada pelo diretor-geral da agência de saúde pública da UA, Jean Kaseya, que decorreu entre quinta-feira e sábado da semana passada, os Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) estenderam o seu apoio à RDCongo na investigação da doença, anunciou hoje a agência em comunicado.
“O CDC África está a trabalhar em estreita colaboração com o Ministério da Saúde da RDCongo, o Instituto Nacional de Investigação Biomédica (INRB), o Instituto Nacional de Saúde Pública (NPHI) e outros parceiros para reforçar a monitorização da doença através da vigilância genómica”, afirmou a agência de saúde pública da UA, citada pela Lusa.
A agência está a fornecer à RDCongo, país vizinho de Angola, “ferramentas avançadas, tais como equipamento de diagnóstico e de sequenciação molecular, um servidor informático para análise bioinformática, reagentes de teste, um manipulador de líquidos automatizado e material essencial”.
“Estes recursos de última geração aumentaram significativamente a capacidade do INRB para identificar rapidamente os agentes patogénicos causadores de surtos e apoiar os testes de sequenciação molecular e genómica em todo o país”, afirmou o CDC África.
Além das ferramentas, uma “equipa multidisciplinar” de especialistas foi enviada para a RDCongo para “apoiar a investigação em curso do Ministério da Saúde”.
“A equipa, que inclui epidemiologistas, cientistas de laboratório, peritos em prevenção e controlo de infeções e outros especialistas, está a trabalhar em colaboração com parceiros nacionais e internacionais, incluindo a OMS [Organização Mundial da Saúde], para avaliar a situação, acelerar os testes de diagnóstico e implementar medidas de controlo”, disse a agência da UA.
O epicentro do surto situa-se na zona sanitária de Panzi, na província do Kwango, uma área muito remota a cerca de 700 quilómetros da capital, Kinshasa.
O surto foi identificado pela primeira vez no final de outubro e comunicado às autoridades nacionais no início de dezembro.
Os sintomas da doença rara incluem febre, dores de cabeça, corrimento nasal e tosse, falta de ar e anemia.
“O nosso papel nesta missão é trabalhar com o Ministério da Saúde da RDCongo e os seus parceiros, assegurando respostas baseadas em provas que reforcem a segurança sanitária em África. Juntos, podemos identificar e enfrentar esta ameaça emergente, ao mesmo tempo que lançamos as bases para soluções sustentáveis”, disse Kaseya durante a sua visita.