CDS quer ouvir a APIFARMA e APORMED por causa das dívidas dos hospitais 858

CDS quer ouvir a APIFARMA e APORMED por causa das dívidas dos hospitais

 


07 de abril de 2017

O CDS-PP requereu ontem a audição parlamentar das associações da Indústria Farmacêutica e das empresas de dispositivos médicos para prestarem esclarecimentos sobre as dívidas dos hospitais públicos, situação que os democratas-cristãos consideram que compromete o Serviço Nacional de Saúde.

«Esta receita já a conhecemos, é uma receita que compromete a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde e compromete a coesão social. Isto captura o SNS [Serviço Nacional de Saúde] e não posso deixar de dizer que estranho que os partidos que apoiam o Governo estejam tão calados, quando dantes, numa situação de muito menor gravidade, clamavam por destruição, por desmantelamento», defendeu a deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto, em declarações à agência “Lusa”.

O CDS apresentou ontemum requerimento à comissão parlamentar de Saúde para que seja ouvida a APIFARMA e a APORMED, depois de o jornal “Público” noticiar que as dívidas dos hospitais às empresas farmacêuticas crescem a um ritmo de um milhão de euros por dia.

«É fundamental que não se comprometa a prestação de cuidados de saúde, a qualidade, a sustentabilidade do SNS. Portanto, se para o anterior Governo, de que fizemos parte, foi essencial que se saldassem dívidas que herdámos de mais de três mil milhões, agora não temos duas caras e dizemos o contrário», sustentou.

Numa alusão aos partidos que apoiam o executivo, a deputada centrista acusou: «Não se pode ter duas caras e, em privado e em comissão, pretender servir clientelas sindicais e depois não retirar ilações e consequências de um dado tão gravoso como este».

«O CDS vem desde o ano passado a questionar o senhor ministro da Saúde sobre este crescimento de dívida, que de alguma forma abrandou em dezembro – de forma artificial, mas abrandou. Mas, o que é certo é que estamos a assistir a um ritmo que é preocupante», afirmou, sublinhando que a líder do partido, Assunção Cristas, já questionou o primeiro-ministro sobre a matéria.