Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reúnem-se no domingo em cimeira em Abuja para debater, entre outras, medidas de combate à malária, designadamente a contrafação de medicamentos antipalúdicos.
Um relatório de 2023 da Comissão da CEDEAO identifica a África Ocidental, em especial a Guiné-Conacri e o Burkina Faso, como pontos críticos para a venda de medicamentos falsificados.
De acordo com esse relatório, importadores não autorizados destes dois países solicitam a laboratórios legais e ilegais na Índia que produzam medicamentos com ingredientes ativos reduzidos, para baixar os custos.
A cadeia de abastecimento inclui funcionários de centros de distribuição autorizados, farmacêuticos, vendedores privados, funcionários do Governo e pessoas envolvidas na corrupção no setor da saúde.
Ainda no que diz respeito ao estado atual no combate à malária na África Ocidental, a cimeira vai ter em conta os últimos números que apresentam, designadamente, a Nigéria como o país africano que em 2023 registou mais casos (68.136.000) no continente africano.
Os dados foram divulgados na passada quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que apontou Cabo Verde como um caso de sucesso no combate à malária na África Ocidental, razão pela qual foi certificado como país livre da doença.
Na preparação dos trabalhos desta 66.ª cimeira ordinária da CEDEAO, em Abuja, onde a organização tem a sede, o presidente da comissão, Omar Alieu Touray, salientou na quarta-feira, citado pela Lusa, que a entidade “continua empenhada em fazer avançar a agenda de integração e desenvolvimento da África Ocidental”.
Omar Alieu Touray, que discursava na abertura dos dois dias de trabalhos, acrescentou que a Comissão se sente “encorajada pelos progressos democráticos registados em toda a região e afirmou que a CEDEAO continuaria a fazer o seu melhor para promover a paz, a estabilidade e a cooperação na região da África Ocidental”.
A unidade interna da CEDEAO foi abalada com o anúncio de saída da organização pelo Mali, Burkina Faso e Níger.
Em resumo
Os três países, governados por juntas militares golpistas, adotaram, em julho, o tratado que formaliza a Aliança dos Estados do Sahel (AES), uma coligação que anunciaram em 2023, antes da sua saída da CEDEAO.
Esta aliança contém um pacto de defesa mútua para lutar contra os grupos fundamentalistas islâmicos presentes na região, na sequência do seu afastamento dos países ocidentais, que lhes prestavam assistência militar contra o terrorismo, e dos seus vizinhos do bloco da África Ocidental, que ameaçaram intervir militarmente na sequência do golpe de Estado no Níger em 2023.