Células Estaminais melhoram função motora em crianças com paralisia cerebral 19

Um estudo recente, publicado na revista científica World Journal of Clinical Cases, revelou que 4 crianças com paralisia cerebral melhoraram significativamente a sua rigidez muscular e função motora, após a infusão de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical.

Neste estudo, crianças com paralisia cerebral, com idades compreendidas entre 1 e 9 anos, totalmente dependentes de um cuidador, receberam 6 infusões de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, administradas por via intratecal (diretamente no fluido espinal), intravenosa e intramuscular.

Três dias após as infusões, foram iniciados tratamentos de fisioterapia intensiva e programas de exercícios posturais, realizados três vezes por semana. Até um ano após as infusões, as crianças foram acompanhadas periodicamente, para avaliação da eficácia do tratamento.

Foram feitas avaliações neurológicas e funcionais em diferentes momentos, tendo sido verificada uma melhoria significativa da rigidez muscular e na função motora. Estas melhorias foram mais evidentes um ano após a terapia celular, não tendo sido verificados quaisquer efeitos adversos durante o período de monitorização.

Outros estudos com maior número de doentes registaram ainda melhorias na capacidade cognitiva após as infusões de células estaminais.

“A capacidade anti-inflamatória e angiogénica (formação de novos vasos sanguíneos) e as propriedades regenerativas das células estaminais mesenquimais, para além da segurança já demonstrada, tornam a utilização destas células uma abordagem terapêutica promissora para a paralisa cerebral e outras doenças neurológicas, refere Solange Craveiro, Técnica Superior de Laboratório da Crioestaminal.

Paralisia Cerebral é o nome dado a um grupo de doenças que afetam maioritariamente o movimento, o equilíbrio, a postura e funções motoras. É causada por complicações que ocorrem antes do nascimento, durante ou após o parto e comprometem a função neurológica do bebé/criança. Estima-se que a paralisia cerebral afete 2 em cada 1000 nados-vivos na Europa.