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Centro Hospitalar do Médio Tejo quer inverter redução do número de partos

20-Fev-2014

A redução do número de partos na maternidade do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), em Abrantes, está a preocupar a administração da instituição que anunciou a introdução de medidas para inverter a situação.

«Vamos começar por aproximar os cuidados médicos da população, através de um protocolo piloto com o Centro de Saúde de Ourém, e em que os nossos pediatras e obstetras vão fazer consultoria aos utentes daquele município, que é muito populoso e composto por muita gente jovem», disse à agência “Lusa” o presidente do conselho de administração (CA) do CHMT, Joaquim Esperancinha.

As parturientes seguem, «tendencialmente, os médicos que as acompanham na gravidez, seja na maternidade pública ou na privada, e o município de Ourém, que é parte integrante do CHMT, é um desses exemplos, até pela capacidade de atração que Leiria exerce pela proximidade territorial. Vamos tentar inverter a atual situação, que não é um exclusivo do Médio Tejo, antes um problema nacional», vincou o gestor.

Os números apresentados por Esperancinha relativos aos últimos cinco anos indicam que, desde 2008, com cerca de 1.200 partos, o número de parturientes a utilizar a maternidade do CHMT caiu quase 40%, para valores que, em 2011 eram de 985 partos, em 2012 de 967 partos, e, em 2013, apenas de 784 partos.

O protocolo «dá-nos esperanças de poder inverter os resultados», disse aquele responsável, anunciando a intenção de replicar o projeto aos restantes centros de saúde dos municípios do Médio Tejo, começando por Abrantes, onde está a maternidade, e onde cerca de 40% da população não tem médico de família.

«Temos de ir devagar, vamos vendo como decorre esta experiência, até porque só temos oito obstetras e não conseguimos chegar a todo o lado. Temos vagas, abrimos concursos para reforçar os quadros médicos, mas não há candidatos a concorrer», criticou, acrescentando que «1.200 partos era o número ideal a alcançar a médio prazo».

A presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT), Maria do Céu Albuquerque, que também preside à Câmara Municipal de Abrantes, disse à “Lusa”, por sua vez, que a atual realidade «é preocupante», tendo defendido a introdução de «medidas que confiram novas dinâmicas e novos fatores de atratividade».

«O facto de as parturientes serem acompanhadas por médicos na privada leva a que, ou as grávidas escolham um hospital particular para terem os seus filhos, ou escolham um hospital público, que não os do Médio Tejo, onde os médicos que as acompanham trabalhem», observou.

«Temos de criar condições para contrariar esta tendência, caso contrário é a manutenção da própria maternidade do CHMT que fica em causa», vincou a autarca.

Maria do Céu Albuquerque defendeu a introdução de consultas de obstetrícia «em todos os centros de saúde» do Médio Tejo e «outras iniciativas que confiram atratividade e que possam ser colocadas na balança aquando da escolha do local onde os bebés possam nascer».