Centro Oncológico de Vila Real passa a tratar doentes também em Bragança 571

Centro Oncológico de Vila Real passa a tratar doentes também em Bragança

03 de setembro de 2014

As equipas do Centro Oncológico de Vila Real vão deslocar-se ao Nordeste Transmontano para tratarem os doentes desta região, que perdeu há três meses a única especialista que assegurava um tratamento de proximidade, anunciaram ontem os responsáveis.

 

As administrações do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) divulgaram à Comunicação Social a parceria que ainda vai ser oficializada com o propósito de garantir aos doentes oncológicos do distrito de Bragança uma resposta de proximidade.

 

A colaboração entre as duas instituições transmontanas surge na sequência da saída, em julho, da única médica oncologista que nos últimos dois anos permitiu aos doentes serem acompanhados e tratados no serviço de oncologia em Macedo de Cavaleiros.

 

Uma dificuldade que «acabou por se tornou numa oportunidade e que gerou uma solução muito melhor do que tinham até agora», segundo o presidente do conselho de administração da ULSNE, António Marçôa.

 

As equipas do Centro Oncológico de Vila Real vão deslocar-se a Macedo de Cavaleiros conforme «a necessidade média que houver por parte dos doentes», como adiantou o presidente do CHTMAD, Carlos Cadavez, apontou a “Lusa”.

 

Esta instituição dispõe de uma equipa composta por 15 médicos de diferentes áreas da especialidade que vão disponibilizar em Macedo de Cavaleiros, com exceção da Radioterapia. O Centro Oncológico tem equipamento capaz de dar apenas reposta aos doentes de Vila Real, pelo que os utentes do distrito de Bragança que necessitem deste tratamento terão de continuar a deslocar-se ao Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

 

O propósito desta parceria, que estreita o relacionamento entre as duas instituições de saúde transmontanas é «assistir, sempre que possível, os doentes próximo das suas casas e das suas famílias».

 

«É muito mais barato para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tratar os doentes em Macedo de Cavaleiros do que fazê-los deslocar todos para o Centro Oncológico de Vila Real ou para o IPO do Porto», defendeu o presidente do CHTMAD, Carlos Cadavez.

 

O presidente da ULSNE, António Macro, lembrou que o Centro Oncológico de Vila Real, inaugurado em 2009, «já foi concebido para tratar os doentes dos dois distritos, Bragança e Vila Real».

 

Os responsáveis não avançaram as condições, nomeadamente a nível financeiro, deste acordo, justificando que a preocupação primeira «é o tratamento dos doentes e só depois vão tratar as outras questões burocráticas».

 

A ULSNE gasta em média por ano 220 mil em transportes de doentes, sobretudo do foro oncológico, segundo dados da administração.

 

No ano de 2013, o serviço de oncologia de Macedo de Cavaleiros atendeu 514 doentes num total de 2.687 consultas, e 238 doentes em mais de duas mil sessões no hospital de dia, em que se inclui a quimioterapia, como indicou o diretor clínico da ULSNE, Domingos Fernandes.

 

O Centro Oncológico de Vila Real tem capacidade para dar resposta a 80% das necessidades desta especialidade.

 

No ano de 2013, contabilizou quase oito mil consultas de oncologia, perto de 900 internamentos nas 28 camas disponíveis e mais de 5.500 sessões no hospital de dia.

 

Segundo o responsável Carlos Cadavez, a instituição realizou ainda mais de 5.700 visitas em serviços domiciliários.